quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Batman: Herança Maldita


Grant Morrison, Neil Gaiman, Andy Kubert (2013). Batman: Herança Maldita. Levoir.

Duas histórias, duas visões diferentes do cavaleiro das trevas. Na primeira, assinada por Grant Morrison, Batman fica a conhecer o seu filho Damian, fruto de uma ligação perigosa com Talia, filha de um dos seus mais perniciosos inimigos. Talia tem um plano muito elaborado para tentar constituir família com Batman, que envolve o rapto da esposa do primeiro ministro britânico, um exército de homens-morcego ninja, e uma invasão de Gibraltar. De Morrison sabemos que podemos esperar estranheza, e esta história não desilude. Especialmente numa das cenas chave, um combate passado numa galeria de arte pop, onde é notório que Morrison se está a divertir com piadas conceptuais.

Neil Gaiman coloca-nos num velório. Noite profunda nas vielas do crime, e os personagens de Batman, os seus amigos e inimigos, juntam-se para velar o corpo do homem morcego. E todos contam a história da sua morte, que muda de acordo com cada personagem. Gaiman diverte-se a desconstruir a iconografia clássica de Batman, numa história de recorte fantástico.

O elo comum a estas histórias é o ilustrador. O traço de Andy Kubert explode nas páginas, com trabalho cuidado de cor que confere uma enorme espetacularidade. Só pelo lado visual já vale a pena pegar nesta edição. Na história de Morrison o estilo é mais escuro e agressivo, já com Gaiman o trabalho gráfico remete para um estilo retro.