sábado, 18 de janeiro de 2020

The Institute


Stephen King (2019). The Institute. Nova Iorque: Scribner.

Um ex-polícia, à procura de um novo rumo na vida, decide por impulso não entrar num avião e vai de carro até Nova Iorque. É assim que se descobre numa cidadezinha esquecida do interior do Sul norte-americano, onde arranja emprego como guarda noturno durante uns meses.

Um miúdo com excecionais dotes intelectuais percebe que, de vez em quando, tem a capacidade de mover objetos sem lhes tocar. Nada que desperte a sua imensa curiosidade, até ser raptado por uma organização sombria que o leva para uma instituição de pesquisa peculiar. Lá, conhece outras crianças que revelam capacidades sobrenaturais. Capacidades essas que são afinadas pelos cientistas à força de injeções e torturas. O seu objetivo é o de despertar as capacidades latentes das crianças. E quando o conseguem, levam-nas para outro local na instituição, onde os seus poderes mentais são usados para eliminar pessoas aparentemente comuns. O problema é que o uso intensivo destas capacidades depressa reduz as crianças a menos que vegetais, e quando se tornam completamente inúteis, são assassinadas.

Estas duas histórias cruzam-se de forma sangrenta, quando o miúdo consegue o impossível: fugir da instituição, e após vaguear pelos comboios, chega à vila isolada onde o ex-polícia é o único que acredita na sua estranha história. Que, por detrás, tem uma vasta conspiração de agências secretas que, tendo descoberto o potencial paranormal latente nalguns indivíduos a partir de pesquisas nazis, conjugam esforços um pouco por todo o mundo, onde há vários institutos similares que concentram crianças com poderes estranhos. Usadas como arma para salvar o mundo, eliminando pessoas que outros com poderes de precognição apontam como potenciais causadores de problemas em futuros prováveis.

Personagens sólidas, uma premissa muito interessante, e aquela prosa que escorre tão bem, típica de Stephen King. E, no entanto, o livro não agarra. Grande parte sente-se como um longo encher de chouriços, com King a detalhar a história  mais para encher páginas do que para a avançar. Só lá para três quartos do livro é que este ganha velocidade, e colapsa num final muito bem conseguido.