terça-feira, 20 de agosto de 2019

Vampirella: Blood Lust


James Robinson, Joe Jusko (2006). Vampirella: Blood Lust. Nova Iorque: Harris Comics.

Ah, Vampirella, a menos indisfarçada das desculpas para desenhar mulheres esbeltas com pouco a deixar à imaginação, estímulo a gerações de hormonas adolescentes masculinas. Estou apenas a observar o óbvio. Mesmo nos dias de hoje, qualquer heroína dos comics está pensada mais para agradar à sexualidade adolescente. Há exceções, mas são raras. Uma personagem clássica, que passou por múltiplas iterações. Este Blood Lust é  o início de mais uma. Vampirella é reinventada como a filha da mítica Lilith, sendo Drakulon um recanto do inferno. Toda a história sobre a bela vampira ser uma alienígena vinda de um planeta onde o sangue corre nos rios como água (num sentido rios de hemoglobina, não de sangrenta violência), afinal não passou de uma falsa memória implantada, para que Vampirella melhor levasse a cabo a sua missão pelo bem e expiasse os crimes de Lilith. Mas agora, a mãe dos vampiros está às portas da morte, e para se manter viva, o inferno de Drakulon torna-se mesmo um inferno. Vampirella terá de a combater para restaurar a sua terra natal, devolvendo os rios de sangue aos seus habitantes esfomeados, mesmo que isso signifique a morte da sua progenitora.

Não é um argumento dos mais elaborados, mas de Vampirella, não se espera muito. A série sempre foi um veículo para vinhetas da personagem de uniforme revelador desenhada em poses sensuais. Aqui, o traço do ilustrador Joe Jusko não desilude, numa paleta carregada de ocres e vermelhos, a sublinhar o lado infernal da história.