quarta-feira, 12 de junho de 2019

Príncipe Valente - 1938


Hal Foster (2019). Príncipe Valente - 1938. Planeta Deagostini.

A coleção da Planeta Agostini é uma boa oportunidade de descobrir, ou redescobrir, este autor clássico da história da Banda Desenhada. Talvez não valha a pena fazer toda a coleção, a menos que se seja mesmo apaixonado pelo autor ou pela obra. Mas ter alguns dos seus volumes na biblioteca não é nada mal pensado para fãs do género. Foster pertence àquele grupo de criadores que hoje consideramos datados mas nem por isso deixam de ser marcantes. Claro que a sua ficção era de época (e isso é algo comum às ficções mais populares, destinam-se a tempos de gostos específicos). A simplicidade conceptual de um herói medieval sempre disposto a lutar pelo bem é algo que hoje, em que o gosto cultural espelha a complexidade dos tempos, nos parece algo ingénua.

O que não significa que seja má. Foster sabia bem o que fazia, sabia usar os constrangimentos da estrutura narrativa (uma prancha por semana) para manter agarrado o leitor. Não é fácil, com um espaço tão reduzido. Mas, o que melhor define esta série é o seu traço magistral. Foster foi um dos grandes ilustradores da BD  clássica, e ler este livro vale mesmo pelo deslumbre do seu desenho. Elegante e meticuloso, fiel ao que à época se sabia sobre os tempos medievais, não fugindo a traços de fantasia, e sempre esplendoroso. Merece, justamente, ser considerado um clássico. Fico-me só por este volume, que colige as pranchas publicadas em 1938.

Na verdade, não sinto grande curiosidade pelo resto da série, que é previsível na sua estrutura narrativa e temáticas. Algo que tem mais a ver com a minha afinidade por outros géneros literários do que um depreciar desta obra. No entanto, o deslumbre pelo traço persiste.