domingo, 17 de março de 2019

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Images From Antarctica: É demasiado estranho eu ser tão fascinado pelas paisagens das vastidões geladas? Confesso que a visão de um glaciar me aquece o coração, enquanto que o olhar idílico da praia com coqueiros me deixa indiferente.

The Internet Was Built on the Free Labor of Open Source Developers. Is That Sustainable?:  É uma questão de resposta complexa. Por um lado, é lógico que o trabalho intenso de quem contribui para a comunidade seja compensado, e que os projetos sejam sustentáveis. Por outro, não podemos deixar o desenvolvimento das tecnologias de base da internet nas mãos dos ecossistemas fechados das empresas.

29 novelas gráficas de los últimos nueve años con las que reengancharte a leer cómics: Há aqui sugestões muito boas a seguir. Especialmente Junji Ito. É algo deprimente que o nosso mercado, apesar de estar a crescer, empalidece quando passamos a primeira fronteira...

Is a Tech-Based Social Credit Score a Good Idea?: Mas é preciso perguntar? Pior, o artigo da ReadWriteWeb defende a utilização de sistemas de vigilância para reunir dados, traçar perfis individuais e com isso criar punições ou incentivos. Uma ideia inqualificável no contexto das democracias liberais, vendida através do argumento da aceitabilidade social. Suspeito que das duas, uma: ou o autor do texto não conhece a história do século XX, ou conhece-a, mas tem um fétiche com camisas castanhas e botas cardadas.

Seis Livros Para Descobrir a Inteligência Artificial: A Inteligência Artificial está na ordem do dia. É uma tecnologia complexa, que já faz sentir os seus efeitos na sociedade contemporânea. Combinada com robótica e automação, tem o potencial de transformar o mundo em que vivemos. Quais serão os futuros possíveis? Que impactos terá no nosso futuro? Para ajudar à reflexão, sugerimos alguns livros que abordam as técnicas e problemáticas da Inteligência Artificial.

AIRBUS TO HALT PRODUCTION OF THE A380; GOODBYE TO AN ENGINEERING TRIUMPH: Não é o fim de uma era porque o A380 nunca chegou a ser assim tão marcante. Para a histórica, fica um daqueles momentos em que um triunfo tecnológico falha, não por questões inerentes à tecnologia e engenharia, mas por não funcionar do ponto de vista económico.


On a Remote Volcanic Island, American Soldiers are Worshipped like Gods: Recordar os cultos de carga. Quando os soldados americanos chegaram às ilhas remotas do pacífico sul durante a II Guerra, foram vistos como verdadeiros mensageiros dos deuses, trazendo consigo comida, medicamentos e utensílios. Quando partiram, os indígenas passaram a venerá-los como deuses, construindo elaborados mitos e rituais, aguardando por um regresso que nunca acontecerá.

The Secret History of Women in Coding: Se hoje temos de investir em iniciativas que tornem as profissões STEM mais acessíveis às mulheres, nem sempre foi assim. A história da computação mostra que nem sempre a programação foi exclusiva de um clube de salsichas. Este artigo celebra a enorme contribuição das mulheres para a informática, e olha para aquelas que hoje desafiam falsos estereótipos, envolvendo-se na cultura maker.

Academics Confirm Major Predictive Policing Algorithm is Fundamentally Flawed: Quando se fala do enviesamento algorítmico na inteligência artificial, o PredPol é o exemplo constante. Este software de predição de incidência de crime analisa, a partir dos dados disponibilizados, o histórico de incidência de crimes em áreas geográficas e recomenda a alocação de recursos com base nos padrões que deteta. Uma boa ideia no papel, mas que não leva em conta enviesamentos sociais, com crimes a serem reportados mais em zonas empobrecidas, ou, no caso americano, com questões étnicas à mistura. Pior, o algoritmo auto-reforça os enviesamentos. Detetando uma área com elevado nível de criminalidade, sugere o reforço de recursos, o que leva à deteção e reporte de mais crimes, o que.. leva ao reforço de recursos.

Vision system for autonomous vehicles watches not just where pedestrians walk, but how: Intrigante. Para melhorar os algoritmos de condução autónoma, este sistema treina-os não só a detetar transeuntes, como a analisar a forma como andam, para perceber que tipo de comportamento estão a ter. Um sistema para automóveis autónomos que tem imenso potencial em aplicações de vigilância.

Los países más automatizados con robots del mundo: España ocupa el puesto #11, por encima de la media: Portugal nem entra na lista. Podia refilar que, como sempre, estamos a perder o comboio. Mas suspeito que a realidade não seja bem essa, e que há setores da indústria por cá cada vez mais robotizados. No entanto, de acordo com o resumo do relatório que inspirou este artigo, em 2018, sales of Robot installations in all other Western European countries rose, except in Austria and Portugal.

Welcome to the cyber world: The real-world tech behind Alita: Battle Angel: Ao escrever esta nota, ainda não vi o filme, mas espero tê-lo já visto quando este post sair. Por isso, o único comentário que deixo é que a boa FC tem sempre raízes no real, por especulativa que seja (e por isso é que é errado considerar Star Wars como ficção científica).


Terraforming Fantasies: Os artistas a debater o antropoceno, com o discurso artístico cada vez mais atento ao impacto da tecnologia na sociedade.

Why We Should Think Twice About Colonizing Space: Uma razão fascinante para pensar a colonização do espaço. Se a humanidade se espalhar pelas estrelas, irá ter consequências evolutivas. A adaptação a habitats orbitais ou a planetas irá trazer transformações físicas e culturais. O resultado? Não uma humanidade diversa mas fundamentalmente homogénea, mas uma diversidade de humanidades que poderão perder a ligação entre si. Intrigante.

Os Nossos Robots, e Nós: Registo da visita à provocadora exposição Hello, Robot, no MAAT. Por entre as maquinarias da arqueologia industrial da antiga central elétrica a carvão, podemos encontrar os mais variados tipos de robots. Com a exposição Hello Robot: Design Between Human and Machine, somos desafiados a descobrir o estado da arte desta tecnologia. Mas, também, a refletir sobre os seus impactos sociais e culturais. Este evento convida-nos a descobrir projetos artísticos e máquinas com que já interagimos no nosso dia a dia. Recorda-nos que o futuro sonhado pela Ficção Científica já é o novo normal dos dias de hoje.

Paradoxo e Refúgio dos Super-heróis: Dou por mim a concordar com este artigo. Também me tornei fã de super-heróis na adolescência, mas honestamente nunca abandonei esse gosto. Mas não tenho quaisquer ilusões sobre a superficialidade do género, e os poucos comics que vou seguindo são aqueles que me despertam a curiosidade pela formas inventivas como os argumentistas dão a volta ao que Zagalo identifica e muito bem como a principal característica do género: a imutabilidade, perenidade dos seus personagens. Para mim, os comics de super-heróis são um divertimento para relaxar o cérebro (e admirar a técnica quando o argumento e/ou a ilustração são bons). Mais intrigante é o paralelo histórico que Zagalo traça entre as épocas em que o género super-heróis teve o interesse do público. Ganharam tração na época conturbada entre e pós II Guerra, e voltaram a despertar o interesse nesta época contemporânea cheia de incertezas. A razão está na imutabilidade fundamental dos personagens, que interpretados com símbolos de estabilidade num mundo instável.


Atomic Alchemy: Photographs of Nuclear Landscapes in the American West: Arqueologia atómica, um toque do que Paul Virilio chamava de bunker architecture, os traços radioativos dos primórdios da era do átomo.

Is the Insect Apocalypse Really Upon Us?: Tem sido apontado como um dos sinais do iminente apocalipse ecológico, no entanto a ciência por detrás destas afirmações não está assim tão bem sustentada como deveria.

Do We Write Differently on a Screen?: Há aqui uma tremenda nostalgia pelos bons velhos tempos do manuscrito e datilografia. E se bem que há razão naquilo que o autor aponta, os ecrãs trazem consigo dispersão na diversidade de janelas, não me é difícil imaginar este texto escrito no futuro. Por um envelhecido escritor da geração millenial, a falar com nostalgia dos bons velhos tempos que passava a editar textos no processador, enquanto dava uns saltos às redes sociais e feeds em modo multitarefa, enquanto expressa as suas reservas sobre as consequências do tipo de media ainda por inventar que os miúdos desse tempo futuro utilizarão para escrever.

What AI Fails To Understand – For Now: Essencialmente, o significado dos dados com que lida. As ferramentas de IA mais avançadas são, essencialmente, estatística aplicada a reconhecimento de padrões. Surpreendem-nos pelo que conseguem atingir, e estão a tornar-se um dos pilares da vida digital, mas não são seres pensantes, com intuição e experiência. Nem é suposto. A visão de IA como ser artificial é, de certa forma, distrativa sobre os seus reais potenciais e aplicações.

How The Internet Can Harm Us, And What Can We Do About It?: É sempre interessante ler estes micro-briefins do EPRS, que se dedica a coligir pesquisas para dar aos eurodeputados, e estes serem capazes de tomar decisões informadas. Pelo que se tem notado, boa parte deles deve enviar as mensagens do EPRS para o caixote de lixo. Neste, traçam-se alguns dos perigos individuais e sociais que a internet nos traz, e formas de atuar para os minorar. Se são daqueles que começam logo a rolar os olhos quando lêem a expressão "perigos da internet" (eu também já fui assim), lembrem-se, já se percebeu que a net não é inocente, que não são só coisas boas. Defender a liberdade digital também passa por reconhecer as suas áreas problemáticas, e construir estratégias para lidar com elas. Senão, fica fácil impor às populações medidas fascistas tipo artigo 13 como se fossem coisa boa, porque o uso cego do argumento perigos da internet abre a porta a muita medida restritiva das liberdades.

INFOPORN: 100 YEARS OF SCI-FI, EXPLORED: Usar IA para analisar o corpus literário de Ficção Científica para detetar padrões e similaridades temáticas entre obras, construir estruturas de recomendação e estabelecer padrões temáticos é talvez a coisa mais science fiction condition que um data scientist pode fazer.

Apresentação da colecção Batman 80 Anos: Texto de João Lameiras sobre Batman, a personagem, e as escolhas para a próxima coleção temática de comics da Levoir.

RELIVE THE DOT MATRIX GLORY DAYS WITH YOUR 3D PRINTER: Outra forma de desenho computacional. Tirar o extrusor a uma impressora 3D, colocar uma caneta e programá-la para desenhar.

The Rise of Computational Propaganda: Um registo da importância crescente dos bots programados para disseminar propaganda nas redes sociais.

NÃO ESTAMOS SÓS: Fiquei surpreendido quando este blog torreense me apareceu nos feeds. Já nem me lembrava que o seguia, e francamente não me recordo do porquê de o seguir (talvez, alguns posts antigos sobre a arquitetura de Torres Vedras). Por curiosidade, fui ler o post, e por pouco ia-me engasgando com gargalhadas, mas depois lembrei-me de algo importante. Um post num blog a registar uma troca de comentários num blog parece algo pateta... até que me lembrei que a verdadeira força da internet está aqui: unir pessoas com interesses muito específicos, que de outra forma dificilmente se cruzariam. Mesmo que sejam fãs de poesia levemente awkward.

Watch and See: The Medium Really Is the Message: Um estudo encontra uma interessante ligação entre as biografias de pessoas que deixaram marca no mundo ao longo das épocas, e os meios de comunicação dominante da época. Uma interessante visão sobre um dos conceitos chave de McLuhan, a ideia que as transformações sociais e culturais resultantes da utilização de novos meios de comunicação são mais fortes do que o que realmente é disseminado por esses meios.

EXCERPT: ‘AI AESTHETICS’ BY LEV MANOVICH: Excerto do mais recente livro de Lev Manovich, com algumas visões interessantes sobre arte e inteligência artificial, especialmente na forma como já hoje determina a nossa cultura visual: "Today AI gives us the option to automate our aesthetic choices (via recommendation engines), assists in certain areas of aesthetic production such as consumer photography, and automates other cultural experiences (for example, automatically selecting ads we see online)".