domingo, 26 de agosto de 2018

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Social Home Robots: 35 Years of Progress: O conceito de ter um robot como assistente pessoal em casa já tem algumas décadas. Apesar da evolução rápida da robótica e inteligência artificial, entre os antigos e os novos mantém-se um certo ar de geringonça com design, a prometer mais do que é realmente capaz de fazer.

The Authors Who Love Amazon: Deste artigo sobre o sucesso de autores que utilizam as chancelas da Amazon em auto-edição, retiro duas coisas. O ecossistema digital do Kindle como mercado que pode garantir a escritores rendimentos próprios que lhes permitam viver apenas da escrita (aposto que é algo que só funciona nos mercados de língua inglesa); e o incrível volume de escrita que é necessário a autores de sucesso neste esquema para manter a sua rendibilidade (e, consequentemente, o rendimento). Acaba por ser uma versão high tech dos velhos tempos da ficção pulp, com autores pagos a cêntimos por palavra e por isso incentivados a escrever muito, sendo a qualidade literária uma distante preocupação secundária. É uma nova forma de literatura a metro, otimizada por algoritmos que extraem informação do ritmo de leitura dos leitores para recompensar os escritores. Tem a sua utilidade como mercado editorial, mas a longo prazo tenho dúvidas sobre se os livros editados desta forma aguentarão o teste do tempo, serão no futuro obras relevantes dentro dos seus géneros. Uma intuição reforçada pela recente leitura que fiz à série Frontlines de Marko Kloos, uma divertida aventura dos domínios da FC militarista cujos primeiros volumes me surpreenderam, mas ao longo da leitura da série comecei a sentir um desnecessário arrastar da história, desenvolvida em sucessivos livros que se repetem nos temas, ideias e estruturas narrativas. Agora percebo porquê. O autor edita no ecossistema Amazon, e escreve essencialmente aquilo que os algoritmos lhe dizem garantir o sucesso junto dos seus leitores.

Pop Culture and AI: How Media Is Reshaping Public Perceptions: Compreender e divulgar bem o que é Inteligência Artificial não é tarefa fácil, e as visões da cultura pop têm um papel aqui, mesmo aquelas que se ficam pela iconografia da IA como super-inteligência mimetizadora do humano.

Bo Burnham and the Illusion of Meritocracy: Ignorem a parte sobre um youtuber de sucesso e foquem-se na análise da ideia de meritocracia, de que tanto gostamos. O que a investigação mostra é que num terreno plano, de igualdade de oportunidades, a sorte tem um papel mais forte do que o talento individual. E se o terreno não for plano, que é o caso da realidade... não é por acaso que os maiores defensores da meritocracia são aqueles que nasceram em berço de ouro. Fundamentalmente, é uma visão enviesada das capacidades humanas.



Governor General of Fortifications: O sempre interessante BLDBLG traz-nos desenhos de fortificações renascentistas criados por Miguel Ângelo, e é tão fascinante ver o traço deste mestre da arte renascentista a aproximar-se da abstração pura, ao estruturar defesas militares.

Google Translate's deep dream: some translation requests yield weird religious prophesies: Glitches na matriz, epifania dos algoritmos de machine learning, ou efeitos secundários das bases de dados de palavras utilizada para treinar inteligências artificiais?


Robots in Art Timeline: Robots como objetos artísticos, entre máquinas de desennho, robótica feérica ou questionar a humanidade através de seres mecânicos.Um mergulho de fascínio e tecnoluxúria no Cybernetic Zoo.
 
Click, Clack: Aqueles que realmente percebem de teclados juram pela qualidade dos mecanismos da Cherry. Já tive oportunidade, muito por acaso, de teclar num, e de facto tem um clique especial, e uma agradável sensação de solidez mecânica quando se escreve naqueles teclados.

Primeiro Eça, depois os Maias: As redes sociais portuguesas entraram em erupção com a descoberta que Os Maias não eram de leitura obrigatória no secudário. Seguiu-se a habitual litania de degenerescência do ensino e culto da ignorância das novas gerações. Mas, e se for precisamente o oposto? E se o forçar a leitura de obras seminais, num esforço de cultivo de uma herança cultural, a públicos que ainda não estão preparados para as compreender, resulte no alheamento e desprezo por essas obras? Literatura é muito mais do que aquisição de conhecimento, é prazer e significado, são caminhos não lineares e pessoais que não se ajustam ao espartilho dos currículos: "A leitura por obrigatoriedade tem destes problemas. Não acontece só com os livros, acontece com tudo, com o cinema, com os jogos, com a maioria dos prazeres da nossa vida. Não é por acaso que passámos os últimos 44 anos a prezar a Liberdade, porque a liberdade é a base da criação da experiência humana individual. Se, experienciamos porque alguém nos obriga a tal, a emoção troca de lugar com a razão, e a experiência que nos deveria tocar o coração passa a tocar a racionalização. Queremos compreender porque somos obrigados a experienciar, e no meio disso perdemos a oportunidade de chegar a sentir".

A Global Guide to State-Sponsored Trolling: A grande ironia. Nos primórdios das redes sociais, foram admiradas como ferramentas de combate pela liberdade. A circulação livre de informação e capacidades de organização fluída possibilitada pelas redes seriam a arma que faria derrocar regimes totalitários ou autoritários. Nos primeiros momentos das primaveras árabes, parecia que de facto, as redes sociais seriam eficazes. Uma ilusão que depressa se desfez com o esmagar das manifestações, ou a sua captura por forças políticas ainda mais sinistras do que aquelas contra as quais se lutava. No entanto, as redes sociais são uma arma eficaz de combate político. Uma lição bem aprendida pelos regimes autoritários, que aprenderam a instrumentalizar as redes sociais, entre campanhas de desinformação a trolling e ameaças diretas sobre quem se atreve a contrariar a linha de pensamento oficial. A grande ironia? As redes sociais tornaram-se uma eficiente ferramenta de combate à liberdade.



1975 … Apollo - Soyuz: Um recordar das velhas visões da exploração espacial.

Science Fiction Is Not Social Reality: A polinização cruzada de ideias entre Ficção Científica e indústrias de tecnologia.

Signs of Alien Life on Europa Might Only Be Centimeters Under the Surface: É fascinante, pensar nas possibilidades que se ocultam no solo da lua de Júpiter.

Marvel Declassified 1: This Car Will Go Through the Atomic Blast: Provavelmente, o artigo mais weird que li sobre comics, nos últimos tempos. Uma teoria algo rebuscada sobre a origem do Hulk ser um comentário crítico sobre os cientistas do projeto Manhattan. Será o furioso monstro verde uma caricatura velada a Edwar Teller?

What Can We Learn from Utopians of the Past?: A utopia de uns é a distopia de outros, e olhar para trás, para as rígidas visões de perfeição social, talvez nos ajude a perceber como atuar melhor no nosso mundo contemporâneo.

Why populism is thriving: John Naughton retira algumas importantes conclusões de uma recensão a um livro sobre a crise financeira de 2008. O crescimento dos populismos, autoritarismos e novos neo-fascistas tem uma lógica, a de cidadãos desiludidos com os sistemas políticos tradicionais por causa da forma como a crise financeira foi gerida. Uma das conclusões é óbvia, gravosa, e é escamoteada regularmente em público por políticos e comentadores que mentem descaradamente, com a complacência dos media, apesar de qualquer pessoa com dois palmos de testa perceber como as coisas se passaram. A crise foi despoletada pelo comportamento irresponsável dos banqueiros no sistema financeiro global desregulado, os governos despejaram quantidades massivas de dinheiro para salvar os bancos, colocando os serviços públicos sobre enorme pressão e contraindo a economia, os políticos responsáveis por estas ações foram bem sucedidos em instilar nos cidadãos a ideia que a crise se deveu ao viver acima de possibilidades dos cidadãos, ao peso excessivo dos serviços públicos. O sistema financeiro continua desregulado como sempre, os responsáveis pela crise estão impunes, e as populações de países inteiros continuam a pagar a fatura: "Perhaps most startlingly, conservative politicians in the US, the UK and Germany successfully reframed the crisis as the result of out-of-control fiscal policy rather than the produce of an out-of-control financial sector. Thus, George Osborne, Chancellor of the Exchequer in the UK’s coalition government, shifted the blame for austerity on to alleged Labour profligacy. German politicians shifted the blame for the Greek mess from their banks onto Greek politicians. Transforming a financial crisis into a fiscal crisis confused cause with effect. Yet this political prestidigitation proved a brilliant coup. It diverted attention from the failure of the free-market finance they believed in to the costs of welfare states they disliked". Soa a diatribe esquerdista radical com toques de conspiracionismo? O artigo que Naughton cita foi publicado no Finantial Times, dificilmente uma publicação de radicais.

From Galaxy Explorer to Galactic Enforcer: The Evolution of Lego Space: Há que admirar o We Are The Mutants. Só eles se atrevem a explorar num longo ensaio a evolução conceptual de um kit lego.

An Enormous Study of the Genes Related to Staying in School: Antes que comecem as conclusões erradas sobre a descoberta do gene do sucesso escolar, é importante notar que os investigadores afirmam que é impossível analisar tendências individuais, o curioso é a forma como se fazem notar na generalidade dos dados. Objetivamente, o estudo dá pistas sobre como a genética interage com o meio ambiente, não é uma receita eugénica para determinar com testes genéticos as probabilidades de sucesso escolar dos alunos.


A Forecast of Amazon?: Pois, de facto, o futuro não nos trouxe jetpacks e rayguns, mas compras online e entregas automatizadas.

Assignment Baghdad: Did a Group of Grad Students Really Help Plan the Gulf War?: Só mesmo Geoff Manaugh é que se lembraria de tentar ligar os pontos entre visitas de estudo de estudantes de arquitetura e a precisão dos bombardeamentos militares, com um fascinante desvio pela ligação entre artistas e técnicas de espionagem. O artigo vale a leitura, nem que seja por ficarmos a saber que Baden-Powell, o herói do escutismo, foi um espião que usou desenhos de borboletas para encobrir os seus apontamentos sobre fortificações inimigas.


Eric Geusz: Onde ir buscar inspiração para criar ilustrações de naves espaciais? Para este ilustrador, basta olhar para utensílios de cozinha comuns.

Inside the 23-Dimensional World of Your Car’s Paint Job: Tinta para automóveis, na intersecção entre ciência de materiais, física e teoria da cor.


Brutal, Brutalist Science Fiction and the Ties to Archigram: A influência da estética arquitetónia brutalista no design de futuros iconográficos da ficção científica.