quinta-feira, 19 de abril de 2018
Stratos
Miguelanxo Prado (2000). Stratos. Lisboa: Meribérica-Liber.
Um tremendo e mordaz humor negro atravessa esta digressão clássica de Miguelanxo Prado no terreno da FC distópica. Visitamos um mundo futurista estratificado numa sequência de pequenas histórias amargas, que nos levam desde o nível mais baixo dos proletários descartáveis ao dos administradores de uma sociedade computorizada, maximizada para o lucro. Não há bondade ou moral em nenhum dos estratos sociais, excepto talvez nalguns dos elementos de topo, que engendram a queda da sociedade corrupta e desumana que se mantém para enriquecer elites. O traço do autor anda ainda longe da mestria pictórica no uso de cor que hoje o caracteriza, segue aqui um realismo negro com toque de caricatura disforme, que sublinha o humor negro das histórias.