segunda-feira, 7 de março de 2016

Comics


Unfollow #05: Apesar da premissa interessante, esta série não consegue passar do mistério sangrento e conspiratório. Nela, um grupo de pessoas é escolhido aleatoriamente por um algoritmo para herdar a imensa fortuna do criador de uma rede social, às portas da morte na luta contra um cancro terminal. A herança tem algumas condições. O número máximo de possíveis herdeiros é igual ao número de caracteres de uma mensagem na sua rede social, e se algum morrer, a sua parte da fortuna será dividida entre os restantes. Junte-se a isto um estatuto de celebridade instantânea e uma fatia de participantes que representa bem o espectro de utilizadores de redes sociais, do mais banal ao mais estranho, e já se percebe por que caminhos seguirá esta série. Os personagens vão caindo como tordos, até se desvendar a real conspiração por detrás, com os obrigatórios ocultismos intuídos. Como referi, premissa curiosa, desenvolvimento banal. Mas não deixa de ter, entre os detalhes, alguns momentos curiosos. Sendo uma história sobre redes sociais e partilhas, não podia de ter omnipresente a iconografia contemporânea do constante olhar das lentes dos smartphones.


The Discipline #01: Depois de Sex e Sex Criminals terem, aparentemente, perfurado o véu de puritanismo dos comics mainstream, a Image arrisca e dá um passo aparentemente mais perverso com este The Discipline. Série onde uma jovem esposa-troféu, rica e sexualmente frustrada, se vai ver envolvida naquilo que é nitidamente uma história de percurso iniciático através de sexualidade mágica. Tem um certo sabor a banda desenhada europeia, e a equipe criativa é a mesma do fantástico The Names, comic da Vertigo sobre inteligências artificiais e sociedades discretas ligadas à finança, que também tinha uma certa dose de sensualidade. Vamos ver o que a combinação do argumento de Pete Milligan e do traço de Leandro Fernandez nos trás, dentro de uma Image claramente disposta a correr alguns riscos de opinião pública.