sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

The Cthulhu Encryption


Brian Stableford (2011). The Cthulhu Encryption: A Romance of Piracy. Borgo Press.

Nada como um lovecraftianismo para ajudar a passar o frio destas noites de inverno. Este romance de Stableford não ganhará certamente pontos por ser uma obra profunda, daquelas que nos apaixona por novas ideias ou muda o sentido da vida, do universo e de tudo o resto, mas é um divertido e muito bem urdido pastiche que remistura personagens clássicas da ficção fantástica com personagens reais de contornos fantasistas, lendas arturianas, folclore bretão, tesouros perdidos de danados piratas, bibliófilos convictos e uma boa dose daquele cujo sono sob as profundezas de R'lyeh não deve ser incomodado.

A história gira à volta de uma misteriosa louca internada num notório asilo parisiense, que manifesta no seu corpo estranhas inscrições que o olhar atento do detective Arséne Dupin detecta ser um criptograma incompleto que invoca o tenebroso Cthulhu. O resto é pura aventura, com shoggots a possuir o corpo de criminosos comuns, amuletos contendo segredos, e homens que talvez sejam mais velhos do que aparentam, semi-imortais graças a técnicas de meditação avançada que lhes permitem dormir e sonhar durante décadas, sendo com isso capazes de ver mais além das fronteiras ténues do real.

Aventura divertida, que se distingue pelo sentido de ambiência com que Stableford constrói a narrativa. Somos levados aos arrepios das noites escuras, aos mistérios dos ocultistas, à colisão entre o lendário e o real, revendo algumas personagens ficcionais clássicas.