segunda-feira, 27 de abril de 2015

Comics


Lady Mechanika The Tablet of Destinies #01: Como resistir a estas visões de um passado que nunca existiu? O encanto deste comic está na luxúria visual do steampunk, que Benitez usa e abusa. O seu melhor está nas poses estilo pinup e falha mais nos ambientes urbanos, mas nada como estes traços evocativos mecanicistas para arregalar o olho. As aventuras desta andróide novecentista costumam falhar no argumento, mas este até intriga. Mete conspirações, arqueólogos e cidades secretas. Curiouser and curiouser, diria o autor da Alice no País das Maravilhas.


Kaptara #01: Depois do orgásmico Sex Criminals Chip Zdarsky dá-nos space opera em modo high weird com este estranho Kaptara. A premissa começa de forma clássica, com uma expedição de exploração a despenhar-se num planeta desconhecido, mas quando os nativos do planeta parecem decalcados de maus desenhos animados de fantasia de espada e feitiçaria dos anos 80 percebemos que a viagem irá ser atribulada. E, mais uma vez, a Image marca a diferença por se atrever a publicar ficção científica em força.


The Infinite Loop #01: Começa como uma história de saltos através do tempo, acompanhando uma agente extra-temporal que policia as linhas de tempo combatendo anarquistas provocadores de paradoxos temporais. Parece seguir uma estrutura clássica de histórias de viagens no tempo, até terminar com um apontar decisivo para o analisar dos dilemas e dificuldades de se assumir a homosexualidade. Fica menos interessante de um ponto de vista restrito à FC, mas mantém-se intrigante.


Mind MGMT #32: Se a série se esgotou, e se aproxima de um final que só perde por ser tardio, Kindt mantém vivo o brilhantismo que tornou Mind MGMT interessante nas vinhetas com que inicia e termina cada edição. Aqui o transrealismo surreal que é o melhor da série não fica espartilhado pelas convolutas e infindas conspirações dentro de conspirações que levaram a história a perder-se numa repetitivade inesperada.