segunda-feira, 16 de junho de 2014

Comics


Archer & Armstrong #23: A combinação de estrutura narrativa de super-heróis com buddy movie continua sem perder fôlego nem interesse. Desta vez os nossos heróis estão aprisionados numa casa onde não é permitido às memórias das estrelas do espectáculo desvanecerem-se, ficando prisioneiras de uma amarga imortalidade. Já agora, percebem a referência do empregado de bar? Se disseram The Shining de Stanley Kubrick acertaram.


Coffin Hill #08: Talvez a melhor série da Vertigo no momento, apesar de estar a passar de forma discreta. Não se nota a mesma promoção que é feita aos entediantes Dead Boy Detectives, ao vira o disco e toca o mesmo de The Unwritten Apocalypse, ou ao surpreendente desperdício de uma excelente ideia que é Federal Bureau of Physics. Já Coffin Hill mantém sempre o mesmo tom de terror discreto, deixando-nos a intuir que há mais segredos e mistérios para além do que nos vai sendo revelado. A história adensa-se e ramifica-se a cada nova edição, levando-nos a explorar cada vez mais profundamente o misterioso mundo oculto das bruxas da Nova Inglaterra.


Figment #01: A aliança Marvel/Disney, ao contrário do esperado, ainda não colocou o rato mickey nos Vingadores ou adicionou a Viúva Negra ao catálogo de princesas Disney (sendo uma Romanov, qualificar-se-ia). Nos comics tem sido discreta mas interessante, testando o mercado com séries Young Adult curiosas. Este novo Figment tem o seu quê de onírico e steampunk, com as aventuras de um inventor vitoriano que ao construir uma máquina capaz de gerar energia a partir do pensamento abre as portas para um universo de sonhos.


Revenge #04: Um toque de grindhouse/exploitation sangrento, com uma história que não faz muito sentido mas se distingue pelo exagero grand guignol. Um actor de filmes de acção envelhecido, pai displicente de várias famílias, é seduzido e casa-se com uma jovem que se virá a revelar como sua filha abandonada. Esta conta com a ajuda do amante, homem de proporções físicas muito parecidas com as do actor, para tomar o seu lugar e roubar-lhe as riquezas acumuladas. Para que o disfarce seja perfeito o actor é raptado e levado para um laboratório onde lhe é retirado o rosto, que é implantado no amante da esposa. A coisa não fica por aqui. A mulher fatal é lésbica e este é um dos passos do plano que estabeleceu com a namorada para enriquecer. O destino do seu amante, tal como o do marido, não será dos melhores. O problema é que sedado e sem rosto, o actor convence-se que é a personagem ficcional que representa nos filmes. Acorda do coma induzido e assassina o pessoal do laboratório. Só se safa um anão deformado que se torna o seu companheiro de luta. Como andar por aí sem rosto, de músculos à mostra, é pouco agradável o nosso herói implanta a cara de um doberman no rosto e parte para Hollywood, para exercer a sua vingança sangrenta. Estão mesmo a ver no que isto deu, certo? É como os acidentes de viação. Não os queremos ver mas quando passamos por eles o olhar desvia-se, tentado pelo vislumbre do horror.