sábado, 15 de fevereiro de 2014

One escape route from urban culture is to destroy it


A ler o Trillion Year Spree, a bem fundamentada e muito opinativa história da FC segundo Brian Aldiss. É um texto revelador, quer pela visão abrangente sobre os textos e autores seminais do género quer pera largura de horizontes. E pelas pérolas que vai deixando cair nos textos, como esta correlação entre aumento da publicação de livros e as leis sobre escolaridade.


Esta visão das transformações trazidas por novas tecnologias aos livros está hoje, no momento do advento dos textos electrónicos, mais acutilante que nunca.


A psicologia do gosto pela fantasia é posta a nu nesta visão das narrativas fantásticas como sublimar de medos íntimos. É uma visão válida, mas sublinhe-se que não a única.


A citação perfeita para as eternas e intermináveis discussões sobre alta literatura versus literatura de géneros. Talvez seja este o poder das ficções fantásticas, o de tocar nos arquétipos que, ocultos sob a sofisitação argumentativa, são a espinha dorsal da concepção de se sentir humano.


One escape route from urban culture is to destroy it: com esta frase fez-se um click mental e fiquei a perceber melhor a tendência do João Barreiros para arrasar a cidade de Lisboa. Pronto, estou a ser mauzinho. Pronto, confesso, a frase encerra alguns parágrafos para alguma FC popular catastrofista da era pré-pulp.


Já esta... como fã de FC, fico a matutar se é uma observação pertinente sobre o poder do imprinting (o nome científico da tal ideia do Lorenz) ou um insulto muito elaborado ao carácter ferrenho do fandom mais acérrimo.