sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Comics


Archer And Armstrong #13: Por espantoso que seja ver TBM Avengers (é o nome das aeronaves, diz o aerog33k) em combate contra discos voadores, fica-se com a sensação de que o final deste arco narrativo que leva Archer e Armstrong a uma realidade paralela foi concluído à pressa. Ficam levantadas muitas questões - quem é aquele Archer do futuro e o que é que o levou a tornar-se malvado, aqueles homenzinhos cinzentos sobre o comando do general de nome riscado mereciam maior destaque, tal como o mundo habitado por dodós, escritores desaparecidos e os habitantes índios e colonos de Roanoke poderia ter sido mais detalhado. Merecia. Numa série consistentemente delirante esta conclusão fica muito aquém do que a equipe criativa já nos habituou.


Mars Attacks Judge Dredd #01: A IDW tem o franchise de alguns ícones pop e não se coíbe de lhes dar uso. Tentou uma série Mars Attacks a recriar os lendários cromos com uma história mais credível mas que apesar de ter tido uns momentos gráficos interessantes se ficou pelo tédio. Mais intrigantes são as misturas deste franchise com outros da IDW, geralmente colisões muito bem humoradas de mundos ficcionais. O toque que Tim Burton deu à série com a sua interpretação fílmica presta-se a isso. Desta vez tocou ao Judge Dredd cruzar-se com os implacáveis marcianos. Já se sabe como vai acabar: Dredd desancará o canastro dos homezinhos verdes sem pontaria com as rayguns da morte. Até lá, um pormenor: aquilo não é uma lawgiver. Que falha estrondosa. A lawgiver, arma de Dredd, tem um design muito próprio que o ilustrador da série decidiu reinterpretar como um cruzamento anafado entre uma uzi e uma luger. Uma falha inexplicável, até porque Mega City 1 está muito bem interpretada.


Locke & Key Alpha 01: Todas as coisas boas chegam ao fim e Locke & Key não é excepção. A série tinha um fim anunciado, essencial a conclusão da história. Uma série em que uma das principais premissas reside na capacidade dos personagens intuirem artefactos mágicos, capacidade essa que desaparece no fim da adolescência, não tem condições de se manter indefinidamente. E ainda bem. Um dos grandes males dos comics são as séries que começaram por ser interessantes mas se vão arrastando, perdendo o interesse com a cada edição. Locke & Key foi claramente concebida para ter um princípio e um fim. E esse fim está a chegar. Este primeiro Alpha é o penúltimo número da série. É estranhamente rápido. Depois de passar meses a criar o apocalipse final Hill desfaz muito depressa o enredo, com os irmãos Locke a derrotar muito facilmente o demónio lovecraftiano que quer tomar conta do mundo. A conclusão é muito rápida e sabe-se que Joe Hill é capaz de melhor do que isto. Só pode significar que o final será estrondoso. Pormenor curioso: o final iniciou com a série Omega mas termina em Alpha, que simboliza princípios. Será que Joe Hill nos vai deixar um ouruboros para encerra esta que é uma das melhores séries dos comics?


The Manhattan Projects #14: No espaço profundo, a Laika morre de tédio. Na Terra, o nefando Dr. Oppenheimer consegue aprisionar os restantes cientistas dos projectos. Enquanto generais adeptos da estética do colar de orelhas ao peito e os presidentes amantes de orgias se congratulam, no espaço profundo a cadela inteligente que pilota o seu foguetão esbarra com o nariz numa frota alienígena. Yep, é Jonathan Hickman e basta. Este homem está a subir muito depressa na minha lista de melhores argumentistas de comics de sempre.


Resident Alien The Suicide Blond #01: Uma série muito discreta escrita por Peter Hogan e ilustrada por Steve Parkhouse, que tem nos seus créditos a hilariante Bojeffries Saga escrita por Alan Moore. Aqui, o invasor alienígena é um simpático humanoide que se instala numa cidadezinha e se torna no médico local. É atraído pelos mistérios da terra e está a ser perseguido por agentes secretos que passam mais tempo a fugir de comparações com os X-Files do que a ser bem sucedidos na caça ao extra-terrestre. Apesar de verdinho, com olhos amendoados e orelhas ponteagudas são raros aqueles que conseguem intuir que este pacato médico de vila não nasceu nas redondezas galácticas.