sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Comics


Archer & Armstrong #12: Após um encontro inicial que envolveu várias tentativas frustradas de assassinato do aparentemente imortal Armstrong pelo ingénuo Archer, lutas contra freiras ninja a soldo de uma facção obscura do Vaticano e o desmontar de uma conspiração dos 1% mais ricos do mundo para aniquilar a estrutura do real, a Valiant Comics continua a manter alta a fasquia de entretenimento bem humorado cheio de aventuras e ideias bizarras que caracteriza este título. Desta vez o invulnerável Armstrong e o ainda ingénuo Archer caem em cheio dentro da famosa Área 51, onde descobrem um portal para um universo paralelo  povoado por quem desapareceu de forma misteriosa da face da Terra, um grupo de adoradores dos escritos de um futuro Archer, dinossauros e alienígenas comandados por um ensandecido general americano modelado em Patton que nada mais deseja do que lançar a frota de ovnis para purificar a Terra das tendências comunas em nome do capitalismo. Também há interesses amorosos, o passado de Archer como assassino treinado em todas as formas de luta, o seu futuro como aparente profeta e todas as possibilidades levantadas pela família de imortais dos quais o falstaffiano Armstrong até nem é dos mais estranhos. Um comic divertido, que brinca com as premissas do género buddy adventure num tom de bom humor despretencioso e recupera personagens cuja primeira encarnação já era um festival de bizarrias.


Batman #23: Desta vez coube a Scott Snyder reinventar o homem-morcego, na mais recente daquelas tentativas da DC de refrescar os seus personagens que normalmente dividem os fãs. Apesar de Snyder manter os elementos básicos que caracterizam este que é dos mais icónicos personagens do género, algumas variantes são curiosas. Com o Joker neutralizado (por enquanto, até alguém se lembrar de o recuperar) o novo arqui-inimigo de um herói que ainda se está a definir é uma organização tentacular anónima identificada apenas pelos capacetes vermelhos usados pelos seus elementos nos momentos dos crimes. E como a história de um personagem com mais de 50 anos não pode ser simplesmente descartada, eis Snyder a fazer a inevitável referência a Year One de Frank Miller.


Steampunk Corsairs #01: Da Antarctic Press, editora especializada em comics que misturam as sensibilidades steampunk e manga, surgem estas sensuais piratas a vapor. As vénias a Verne e à estética steam são óbvias e assumidas, os argumentos não primam pela complexidade, e o estilo resume-se a uma curiosa e encantadora mistura de pinup com banda desenhada onde cada vinheta está pensada para revelar as voluptuosas formas das heroínas junto de engenhos mecânicos a vapor. Pois, o steampunk tem um lado sexy e os comics desta editora exploram-no com uma certa candura.


Demon Knights #23: Outro título da era '52 que se vai. Honestamente só me surpreende como é que estes Demon Knights duraram tanto tempo. A premissa inicial prometia: juntar alguns dos personagens ligados ao oculto da DC em gestas de fantasia medievalista, com o interesse adicional da ambiguidade de alguns dos personagens - a violência pura de Vandal Savage a bipolaridade do binómio Etrigan/Jason Blood, a perfídia de Madame Xanadu e a homossexualidade latente na relação entre a andrógina Ystin e a amazona Exoristos. Junte-se a isto os mistérios da inominada rapariga aleijada que partilha um elo mental com o seu cavalo e a ciência futurista do sábio Al Jabr e os ingredientes para uma série estrondosa estão reunidos. Infelizmente nas mãos do argumentista Robert Vendritti as histórias nunca passaram da mediania e as potencialidades dos personagens muito pouco exploradas. Termina, e francamente não deixa saudades.


Suicide Squad #23:  Em oposição directa à mediania que inevitavelmente pôs fim a Demon Knights temos uma série de segunda linha já clássica que com o argumentista Ales Kot à frente tem ganho interesse. As histórias não fogem muito da linha original da série (super-criminosos ao serviço de uma agência secreta liderada por uma burocrata implacável enviados para missões de sobrevivência duvidosa) mas o ritmo preciso dos argumentos, toques certeiros de humor negro e um acenar cada vez menos subtil ao panopticon contemporâneo de drones e agências secretas excessivamente vigilantes tornam Suicide Squad uma série a seguir.