quinta-feira, 31 de maio de 2012

Voto Secreto

Acabei de votar numas eleições para o sindicado de professores a que pertenço onde fizeram um pedido estranho. Após preencher o boletim de voto, colocar dentro destes envelopes que pediam a identificação por número de associado, nome e escola onde presta serviço. E atrás rubricar com assinatura.

Como disse? Assinar boletins de voto? Mas se o voto é secreto, ou pelo menos a tradição em democracia assim o estipula... os elementos da mesa presentes asseguraram-me que não era para associar pessoas a opções e que este processo tinha o objectivo de certificar que não haveria violações dos boletins. Mas este não é dos mais brilhantes processos de verificação de segurança. É um faux pas que surpreende, particularmente vindo de uma organização democrática de defesa de direitos laborais.

Nas vertentes escorregadias fascizantes apelidadas de progressistas que vivemos hoje este é um precedente que pode ser perigoso. Aposto que alguém nos corredores de poder é capaz de olhar para isto e pensar se não seria boa ideia adaptar a experiência para outro género de eleições. Talvez votar inscrevendo o número de cartão de cidadão ao lado da esoclha política. A ver se finalmente se percebe quem neste país é gente de bem que apoia aqueles que se sacrificam para fazer o que deve ser feito e a restante ralé que se atreve a pensar de forma diferente. Talvez mesmo oficializar o bipartidarismo...

Obviamente não preenchi nem assinei nada. Não que tenha medo de purgas pós eleitorais, mas por uma questão de princípio. O voto secreto é uma das bases elementares dos processos democráticos.