quinta-feira, 8 de março de 2012

The Lost Worlds of 2001


Arthur C. Clarke (1979). The Lost Worlds of 2001. Boston: Gregg Press.

Se este livro fosse um disco seria algo como B-sides e out takes de 2001. Arthur C. Clarke é um dos mais marcantes nomes da literatura de ficção científica mas é inquestionável que se tornou conhecido do grande público através da colaboração com o cineasta Stanley Kubrick no mítico filme 2001. A história desta obra-prima cinematográfica é bem conhecida, baseando-se num conto de Clarke que durante longas discussões entre este e Kubrick evoluiu para uma profunda meditação sobre as dimensões do homem no vasto cosmos. O filme foi acompanhado de um romance em que Clarke detalhou aquilo que a visão de Kubrick não projectou na tela.

Estes mundos perdidos de 2001 são o resultado do que nunca foi publicado, que foi cortado, eliminado ou tornado redundante. Mistura anotações das discussões entre o cineasta e o escritor e, mais interessante para um fã de FC, capítulos rejeitados do romance final, que se afastavam da visão marcante do filme, eram cinematograficamente impraticáveis ou simplesmente ultrapassados pela evolução das ideias fílmicas. Entre várias curiosidades, fiquei a saber que o computador HAL chamava-se originalmente Athena e não, o nome HAL não é uma paródia com a IBM. E, fascinante, foi poder ler os quatro finais alternativos que Clarke criou para a obra, cada qual um magistral voo de imaginação, dos quais apenas um nos dá um vislumbre das cenas psicadélicas com que Kubrick encerra um dos melhores filmes de ficção científica de sempre.