sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

The Art of the Video Game


Josh Jenisch (2008). The Art of the Video Game. Philadelphia: Quirk Books.

Os jogos de vídeo são uma das mais populares e inescapáveis formas de entretenimento
contemporâneo. Têm uma estética própria, misto de hiper-realismo propiciado por cada vez mais potentes processadores e dinâmica temporal acelerada. Mas serão uma forma de arte? Talvez não no sentido académico, de arte enquanto questionar da realidade e do seu próprio sentido, mas são-no certamente enquanto produto estético de massas. São, essencialmente, uma versão digital de constructos como perspectiva e teoria da cor, aplicados com resultados intencionalmente espectaculares. Como arte, são altamente formalistas. A estética dos jogos assenta sempre num realismo que vai da estilização à recriação mais que perfeita de realidades reais ou imaginárias. A perfeição dos ecrãs de jogo remete-nos para formas anteriores de pintura realista, boa parte da qual se encontra a acumular pó nas reservas dos museus mas que na sua época foi laureada com prémios académicos. É um dos paradoxos das artes: os gostos públicos, académicos, de época, podem não sobreviver à passagem do tempo. Mas nem por isso deixam de ser válidas expressões artísticas.