terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Teatro Grottesco


Thomas Ligotti (2008). Teatro Grottesco. Londres: Virgin Books.

Não é uma leitura simples. A prosa densa de Ligotti mergulha-nos em sufocantes mundos oníricos contidos na estrutura rigorosa do conto literário. O autor não descreve acontecimentos, descreve antes as sensações dos narradores das diferentes histórias. A impressão que fica após a leitura é similar à de acordar de sonhos profundos e perturbantes, um conjunto de imagens desconexas cujos significados nos escapam. Este autor é visto como um herdeiro de Lovecraft, mas ao ler a sua obra fica-se com a sensação que a herança se fica pela escrita densa e intricada. A temática é radicalmente oposta, mais próxima das fantasia introvertidas de Borges do que dos mitos do escritor de Providence. É esse onirismo feito de obscuridade, de uma sensação de normalidade suspensa, que dá vida aos contos coligidos em Teatro Grottesco.