quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Infernal Devices


K. W. Jeter (2011). Infernal Devices. Nottingham: Angry Robot.

Jeter é um dos mais importantes escritores do género steampunk e creditado como o criador do termo. Confesso que influenciado pela espectacularidade estética do génereo, tinha grandes expectativas quando peguei neste livro. Infelizmente a leitura foi para mim algo decepcionante. Se Jeter brilha na inventividade e descrições de mecanismos neo-vitorianos de relojoaria, deixando muito terreno em aberto à imaginação para pensar autómatos e engenhocas, o argumento perde-se num ritmo muito rápido onde o autor tenta enfiar um número elevado de conceitos - bairros urbanos ocultos, conspirações entre cientistas sem limites e puritanos ferrenhos, agentes secretos, vigaristas transformados por visões de futuro e uma raça de seres submarinos com misturas humanoides algo reminiscentes dos habitantes lovecraftianos de Dunwich. Muita ideia interessante que é aflorada superficialmente num argumento cheio de volte-faces inesperadas que conduzem inevitavelmente a um final feliz.

Pessoalmente, esperava mais por parte de um dos mais influentes escritores do género. Talvez tenha tido azar com a obra. E ainda me aguardam na mesa de cabeceira livros de Gail Garriger e Cherie Priest para compreender melhor este género de ficção.