segunda-feira, 29 de agosto de 2011

The Boy with the Cuckoo-Clock Heart


Mathias Malzieu (2010). The Boy with the Cuckoo-Clock Heart. Nova Iorque: Knopf.

Vagamente steampunk, vagamente surreal, vagamente poético, este é um livro que saiu da sensibilidade literária francófona. Onde autores anglo-saxónicos não resistiriam a criar intricados mundos alternativos, repletos de descrições exaustivas de tecnologias mirabolantes, Malzieu deixa tudo em aberto. Fala o suficiente do mundo imaginário que criou para despertar os neurónios, e depois deixa-os preencher esse mundo.

Esta história simpática leva-nos a uma Edimburgo do século XIX onde um enjeitado é salvo graças à intervenção de uma criadora de próteses mecânicas que lhe coloca um relógio de cuco no coração. Apaixonado por uma cantora, o rapaz viaja até Sevilha na companhia de um Meliès de coração partido para viver uma intensa história de amor... que termina de forma pouco agradável.

A prosa do autor, num estilo divagatório que convida a saborear as palavras, remete-nos para fantasia pura num mundo deliciosamente imaginário.