sábado, 30 de julho de 2011

League of Extraordinary Gentlemen Volume III Century: 1969


Confesso que esta série começa a tornar-se cansativa. Se os dois primeiros volumes foram interessantíssimos pela linha narrativa e recuperar de personagens poeirentas ou esquecidas da literatura fantástica, e Black Dossier um curioso exercício de questões não respondidas, a série Century repete a estratégia de dar novas aventuras a personagens clássicos mas já sem o carácter inovador dos livros anteriores. Ler The League of Extraordinary Gentleman tornou-se mais um jogo de caça às referências do que uma narrativa gráfica apelativa. De qualquer forma, vale mais um Alan Moore a meio gás do que os melhores esforços de muitos outros autores do género.

É interessante a forma como Moore e O'Neill estruturaram este Century. O primeiro volume, 1910 não é continuado directamente em 1969 e poderia sê-lo. 1910 deixa em aberto muitas linhas narrativas, mas os autores estão centrados na encarnação ficcional de Aleyster Crowley e na luta do núcleo duro da liga. 1969 termina de uma forma negativista, com Mina desaparecida, presumivelmente internada num manicómio após uma trip psicadélica especialmente má, Quartermain degenerado num punk toxicodependente e Orlando, novamente homem, a alistar-se nas forças armadas. 1969 é um momento de desagregação na liga criada por Moore. O que se seguirá?

O infatigável Jess Nevins já começou a preparar anotações sobre as inúmeras referências que Moore e O'Neill colocam nas pranchas de 1969. Algumas são universais, mas a maioria passa um pouco ao lado de quem não cresceu no universo britânico.