Foi a grande razão para a minha roadtrip relâmpago ao Porto. Fã da arquitectura de Rem Koolhaas, quis uma oportunidade para mergulhar nas entranhas de um edifício concebido por um dos maiores super-arquitectos da actualidade.
É difícil descrever a sensação de massividade, leveza e espaço que se sente nos espaços interiores.
A forma de monólito facetado exterior esconde no seu interior espaços de pura brincadeira abstraccionista, onde vãos, luminosidade e materiais se conjugam em ângulos inusitados.
Apesar da massa exterior, sobram espaços onde diferentes planos se interconectam.
Não se pode perder um certo sentimento de globalidade. A Casa da Música é um espaço dedicado à música, mas o seu interior hipermoderno deixa-nos com a sensação que tanto poderíamos estar numa sede corporativa ou aeroporto. Puro não-lugar, como diria Augè.
Nave espacial? Arquitectura angulosa impossível de R'lyeh? Gruta pós-moderna? Este é um edifício que resiste a definições. Coisa rara em mim, fiz a visita guiada onde fiquei a saber mais sobre pormenores técnicos do edifício, desde a dificuldade tecnológica do betão utilizado aos jogos arquitectónicos de Koolhaas e à qualidade acústica do auditório principal, onde se sente verdadeiramente o silêncio.