quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Children Of The Night



Dan Simmons (1993). Children Of The Night. Nova Iorque: Warner Books

Este não é um dos melhores livros de Dan Simmons que li (A Canção de Kali é qualquer coisa de fabuloso) mas foi uma das mais consistentes e divertidas leituras no género do fantástico que me chegou às mãos ultimamente. A narração parte de premissas interessantes e embora seja desenvolvida de uma forma pouco satisfatória, com um final feliz um pouco deus ex machina, a capacidade literária deste autor agarra-nos sofregamente a cada página.

Na Roménia a implodir nos primeiros dias do regime pós-Ceausescu, uma hematologista chocada com as condições dos infantários romenos adopta uma criança com um síndrome desconhecido, que está sempre à beira da morte até receber transfusões regulares de sangue. Paralelamente, um milionário americano, o lendário conde Drácula sob um disfarce centenário, regressa ao país para reclamar o que é seu: o lugar de líder dos clãs de vampiros, esperando transmitir a liderança para um herdeiro directo. Esse é nada menos que o misterioso bebé que a médica adopta e leva para os Estados Unidos, para estudar a sua curiosa síndrome. Daqui resulta uma história de aventuras e paixão, com raptos e viagens acidentadas por uma obscura Roménia, onde a intrépida médica é auxiliada por um padre que nunca teve fé e um misterioso estudante de medicina romeno.

Por detrás desta linha narrativa está uma ideia de vampirismo como uma mutação física, que pode ser controlada com sangue artificial. A doença do bebé poderá dar a chave da cura para a SIDA e outros males que afligem a humanidade.

O final é ao mesmo tempo inesperado, revelando conspirações dentro de conspirações, e com um toque de final feliz pouco satisfatório, mais digno de um filme de acção do que um romance de literatura fantástica.