Ontem ao almoço com colegas de trabalho ouvi-as contar alguns dos bloopers que os alunos dizem inocentemente em sala de aula. E não resisti a contar o meu melhor exemplo, ocorrido quando trabalhei como professor de EVT em Mafra.
Já não me recordo que trabalho os alunos estavam a realizar, lembro-me apenas que o aluno em causa estava a trabalhar num desenho com umas caveiras e ossos. Normalmente as minhas colegas ficam preocupadas com a saúde psicológica de alunos que se dediquem a estes temas, mas eu encorajo. Muitas vezes os professores adultos esquecem-se que já foram adolescentes com toques de rebeldia e iconoclastia.
Para terminar o desenho, o aluno decide desenhar a palavra skull. Não sendo particularmente brilhante, coloca a dúvida:
- Stor, como é que se escreve caveira em inglês?
- Skull- respondo.
- Sim, mas como?
- Skull. S, K, U, L, L.
- Mas como, stor?
- Ó rapaz, skull, S, K...
- Ó professor, qual S?
- O quê? Qual S...?
- Ó professor, não está a perceber - diz, com um tom assertivo - Posso ir ao quadro mostrar-lhe?
Levanta-se, aproxima-se do quadro de ardósia, pega no giz e desenha um C e um Ç. Aponta para os dois e pergunta-me:
- Qual destes é o S de Skull?
Confesso que fiquei um minuto paralisado.