... algumas ideias soltas.
- questão logística; torneável com um pc do aluno? É viável carregar dezenas de máquinas para a sala de aula? Utilizar sala específica, perdendo a integração com sala de evt? Principio deste trabalho foi incluir estas tecnologia no contexto habitual da sala de aula – mais um meio de expressão ao dispor dos alunos.
- tempo: desenvolvimento do trabalho demorou muitos meses. Poderia ter levado à desmotivação dos alunos. Ajudou a diversidade de aplicações a explorar;
- integração: propriedades intrínsecas adaptam-se aos conteúdos da disciplina. Manter apenas trabalho digital não dá carácter de exploração e descoberta de diferentes técnicas. Por outro lado, estas serão abordadas ao longo da escolaridade, e a exploração digital normalmente apenas no âmbito desta experiência ou da minha prática. É mais enriquecedor manter diversos trabalhos em paralelo – mas também mais cansativo para o professor. Estes trabalhos devem estar relacionados, mostrando aos alunos que projectos abrangentes envolvem várias vertentes de exploração reunindo diferentes conhecimentos e meios de expressão.
- partilha e colaboração: surge espontaneamente (dados da observação) quando reunidas condições: projecto comum, espaço e tempo de trabalho.
- futuro: este tipo de experiências é raro. Do quinto ao nono ano, os alunos seguem um currículo de artes centrado em experiências de aprendizagem com técnicas tradicionais, sendo estas importantes para uma abordagem abrangente às artes visuais. Durante um período restrito de tempo, na prática lectiva de um grupo muito pequeno de professores, é dada possibilidade aos alunos de trabalharem com ferramentas digitais em experiências que apesar de variáveis (3d, processamento de imagem, animação, VRML) são pontuais. Nos anos seguintes estas não se repetirão. Será um esforço inglório, uma vez que as aprendizagens efectuadas não serão reforçadas? Valerá a pena o investimento? Os alunos de facto desenvolvem trabalho, desenvolvem competências, alargam experiências e conhecimentos. Mas se esse trabalho não tiver continuidade, estas perder-se-ão. Por outro lado, será legítimo insistir neste tipo de actividades quando as escolas não têm recursos suficientes e a formação de professores nestas áreas não abrange este tipo de experiências? Graças ao PTE, cada sala de aula dispõe de um computador e projector. No entanto, este tipo de experiências é mais enriquecedora se cada aluno ou pelo menos dois alunos dispuserem de um computador para trabalhar. Isto sem prejuízo de aprendizagens cooperativas, uma vez que ao longo deste trabalho percebemos que a localização dos espaços de trabalho com computador influencia este aspecto. Este trabalho apenas foi possível porque a escola onde foi desenvolvido detém um acervo de computadores portáteis distribuídos no âmbito de um projecto anterior e alguns alunos disponibilizaram as suas máquinas. Cremos igualmente que retirar os alunos do espaço de aula – oficina de artes e desenvolver este trabalho em salas específicas retira o seu carácter multidisciplinar – de uma experiência de aprendizagem artística passa a uma experiência de informática. É nossa opinião que a mais valia da informática aplicada ao ensino está no seu carácter transversal, e que isso deve ser explorado através de propostas de actividade em que a tecnologia ajuda a explorar novos caminhos de expressão e aprendizagem e não através de actividades que apenas exploram as opções das ferramentas.
O nível de penetração da tecnologia ainda se encontra um pouco incipiente para potenciar com eficácia este tipo de trabalho. Se todos os alunos dispuserem do seu computador, tal como hoje dispõem de lápis e materiais de pintura, a logística destas actividades e o acesso ao digital simplifica-se. Aqui, projectos como o do computador Magalhães, apesar das suas falhas, dão um contributo precioso para democratizar o acesso à tecnologia e desmistificá-la, tornando-a uma ferramenta comum a todos os alunos.