sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
The Filth
Wikipedia | The Filth
Possivelmente este é o comic mais demente que li nos últimos tempos. Com argumento de Grant Morrison e ilustrações de Chris Weston e Gary Erskine, este é um comic que brinca de forma brilhante e escatológica com as ideias de realidade, segurança, direitos e liberdades, sanidade mental e social.
A história revolve à volta de Gary Feely, um anónimo cidadão amante de gatos e de pornografia hardcore. Mas Feely não é bem Feely, é também Slade, um agente de uma organização policial ultra-secreta. Não se trata de uma identidade secreta; Feely e Slade são duas personalidades diferentes que mal se recordam uma da outra.
A organização policial intitula-se A Mão e dedica-se a anular tudo o que for remotamente anormal. A sua missão é proteger o estado das coisas, definido como Status-Q. Os seus agentes definem-se como a mão que limpa o anus do planeta.
As aventuras de Feely/Slade levam-no a combater civilizações compostas por seres nanométricos que tomam conta de corpos humanos, eliminar anti-pessoas (ameaças ao status), combater os efeitos do esperma de uma estrela de cinema pornográfico que é um constructo artificial criado em laboratório para combater a esterilidade masculina ou afundar uma sociedade/organismo que se cria após uma catástrofe a bordo de um navio-cidade. Desperta o interesse, não desperta?
A série conclui-se num tom de redenção, com Feely/Slade a descobrir que a sua personalidade real como agente é afinal uma ilusão, acabando por confrontar os cabecilhas da organização e descobrir que os níveis de complexidade nunca terminam.
Complexa, divertida e escatológica, esta é uma série que nos remistura o cérebro. Aconselhada aos que apreciam experiências artísticas intensas.