sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Convergência

Este início de ano parece anunciar a era da ultraportabilidade. Os smartphones começam a ficar em segundo plano e os netbooks passam à história. Os equipamentos mais quentes são os leitores de eBooks e as slates/tablets. Anda tudo à espera da iSlate, a muito discutida da Apple, que se passar de vaporware poderá trazer coisas interessantes a nível de design e interface (que é o que se espera da empresa de Steve Jobs). Enquanto os cultistas dos macs não vêem a islate, outras empresas estão a chegar ao mercado, desde as grandes construtoras de Taiwan até à HP e a Lenovo, que ao longo desta semana mostraram propostas muito interessantes de computação móvel a correr Android ou Windows 7.

O campo dos livros electrónicos explodiu. Passámos de um punhado reduzido de equipamentos caros a uma grande gama de escolhas com os preços a cair e as capacidades a aumentar. Para além de ler livros, algumas das propostas já incluem capacidades multimédia e internet, o que torna difusa a fronteira entre livros electrónicos e tablets. Há questões de formato a resolver, e também de preço - será que se justifica pagar 10, 20 ou mais euros por uma cópia digital de um livro que não tem custos de reprodução? Até porque quem sabe encontra uma versão pdf ou txt a custo zero.

A principal utilidade destas máquinas será, a curto prazo, na portabilidade da informação e na desmaterialização das toneladas de papel que nos rodeiam no dia a dia. Com tanto documento word e pdf que acaba impresso nas nossas mãos e pouco depois na reciclagem ou caixote de lixo, uma slate ou leitor de livros vem mesmo a calhar para facilitar a vida e poupar papel. Tivesse eu um euro por cada vez que desejei ser capaz de pegar no ecrã do computador para mostrar um documento para edição rápida sem ter que o enviar via internet ou rede local.

A convergência digital está a aproximar-se de um velho sonho meu: ter um dispositivo pouco maior do que uma folha A4 que me permita ler, escrever, desenhar e navegar na internet, sensível ao toque e sem teclados. Mais uns mesinhos e aparece por aí uma tablet/slate ou um leitor de ebooks que me substitua o telemóvel como bloco de notas digital. Não que os smartphones não sirvam, mas há uma diferença enorme entre ler num ecrã wvga do pouco maior do que um cartão de crédito e ler num ecrã de 12 ou 14 polegadas.

Mas não vão por mim: o Gizmodo está a cobrir muito bem estes novos dispositivos: Gizmodo | Tablets e Gizmodo |eReaders.