quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Ocean
IGN | Ocean
Warren Ellis é um confesso apaixonado pela exploração espacial. Isso nota-se nos seus enredos, que tratam com muito carinho a exploração espacial - mesmo que a história que conta tenha contornos catastróficos ou maquiavélicos. Basta ler o magistral Orbiter, ode à exploração da última fronteira, ou Planetary, que termina precisamente a abrir novas fronteiras.
Ocean é pura ficção científica com o habitual toque escatológico de Ellis. Num futuro próximo, com a humanidade a espalhar-se pelo sistema solar, uma equipe de cientistas a orbitar Europa descobre um insondável mistério submerso no vasto oceano da lua de Júpiter: sarcófagos de seres humanóides, milhões de anos mais antigos do que a humanidade. Junto dos sarcófagos, armas de poder incomensurável. Cabe a um inspector de desarmamento das Nações Unidas sondar o mistério, levar a melhor sobre os interesses económicos que pretendem apoderar-se do poderio militar alienígena, e salvar a humanidade com um acto de xenocídio.
A série vale particularmente pelos detalhes; a visualização de um mundo futuro, futurista mas não desfasada da evolução urbana, similar à visão de Blade Runner mas sem os contornos distópicos; os discos-voadores que trasnferem passageiros entre órbitas, visões verosímeis de futuras estações espaciais. E outros pormenores, reveladores da visão abrangente que Ellis tem da tecnologia: a noção de humanos corporativos - a obrigatoriedade de funcionários de grandes empresas reprimirem tecnologicamente a sua personalidade, agindo de acordo com directivas instaladas no cérebro durante a duração do contrato.
Sem ser um dos trabalhos mais escatológicos ou futuristas de Ellis, Ocean não desilude. Ficção Científica pura, entretem com alguns conceitos interessantes e um argumento inesperado.