segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Regresso

Depois de uns meses de incerteza, parece que o Magalhães está de volta, de acordo com as declarações da ministra da educação numa conferência na Gulbenkian esta manhã. Fico sempre contente por ouvir estas notícias na comunicação social antes de me chegar alguma coisa pelos canais oficiais - é que depois a resposta às torrentes de perguntas de alunos e professores não fica fácil. Mas menos mal. O programa continua, o que é bom. Fiquei curioso com duas informações. Primeiro, se as inscrições abrem já esta semana, isso quer dizer que o processo já não sobrecarrega os professores titulares de turma (quem teve de fazer o trabalho de inscrição da primeira fase, algo sempre bom de pedir a profissionais já sobrecarregados)? Isso seria bom, mais um passo em frente na correcção dos problemas que surgiram na primeira fase do projecto. Outra informação é a abertura de um concurso público para a aquisição do lote de computadores para a continuação do projecto. Isso quer dizer que a JPSá Couto vai perder o docinho que lhe foi dado pelo anterior governo? Qual será o modelo da máquina a entregar? O Classmate? O Magalhães 2.0 que a JPSá Couto anda já a alardear como a nova máquina do eEscolinhas? Poderá haver alterações ao hardware proposto, com outras propostas a concurso? Ou será um daqueles concursos públicos lançados mas feitos à medida de um candidato?

E já agora, como é em termos de sistema operativo? Mantém o XP, avançam para o 7, ou apostam de vez no Caixa Mágica? Os próximos meses o dirão. Entretanto, o portal das escolas já avançou com alguma coisa, colocando uma pequena notícia lacónica que remete para as fichas de inscrição e nada mais.

De qualquer forma, para que este projecto funcione faltam ainda dois pilares que não vejo abordados: a criação de redes locais sem fios nas escolas do 1º ciclo (não é boa ideia pedagógica e económica deixar os alunos à solta com placas 3G) e a formação de professores. Não se pode esperar que profissionais que foram formados dentro de metodologias estabelecidas antes da explosão do computador como ferramenta agora começem a inovar por decreto. Já mexo com a introdução de TIs na sala de aula há uns sete anos e não é fácil encontrar metodologias, estruturar actividades e gerir tempos. E o que é realmente quase impossível é integrar o computador com os currículos existentes, pelo menos de uma forma que vá mais além do que ferramenta de apresentação e criação de textos.