Mary Roach (2006). A Vida Misteriosa dos Cadáveres. Lisboa: A Esfera Dos Livros.
Mary Roach
O que se passa depois do inevitável da vida é assunto pouco agradável. As transformações bioquímicas que literalmente decompõem o corpo são revoltantes a dois níveis. O estômago revulsiona-se com a visão da decomposição e a mente lamenta a vida humana que se reduz a um acumular patético de elementos químicos em degradação.
O livro não se centra nos aspectos biológicos. Olha também para a utilidade que os cadáveres têm - na recolha de orgãos para transplante, como elemento de aprendizagem médica ou como forma de testar as tecnologias que irão proteger os seres humanos vivos. Para lá destes aspectos, a autora ainda foca a indústria funerária e algumas entretedoras lendas urbanas sobre canibalismo.
O assunto é pesado, mas o tom da obra é leve. Paradoxalmente, trata-se de uma leitura agradável sobre um dos aspectos mais desagradáveis da vida, a inelutabilidade da morte.