
A.E. Van Vogt (1994). O Universo de Morton. Lisboa: Livros do Brasil.
Fantastic Fiction | Universe Maker.
Originalmente publicado em 1953 com o título original The Universe Maker, este livro visita um paradigma clássico da FC: a viagem no tempo. Fugindo à focalização tradicional de viagem de visita ao passado ou ao futuro, envolve-nos numa trama complexa de acções e consequências convulutas num tempo que se dobra e distorce.
Morton Cargill vê-se envolvido num acidente onde julga ter cometido um homicídio involuntário. Anos depois é levado ao futuro para enfrentar a terapia de uma descendente da vítima, apenas para se ver envolvido em conspirações orquestradas por uma entidade misteriosa. No mundo futuro em que Morton se descobre, a civilização divide-se entre nómadas do ar, ferrenhos adeptos das cidades e uma espécie transhumanista que se apelida de homens-sombra e que utiliza conhecimentos profundos de psicologia para transcender. A conclusão lógica das manipulações leva-o a assumir o papel da entidade misteriosa que o manipula, sendo capaz de controlar os fluxos temporais e tornar-se um fazedor de linhas de tempo.
Não sendo um dos melhores livros de Van Vogt, O Universo de Morton é uma variação interessante sobre paradoxos temporais, tema que originou algumas das mais intrigantes páginas de ficção científica.