
Tsutomu Nihei (2009). Biomega. Grenoble: Editions Glénat
Biomega
No próximo milénio um vírus ameaça a humanidade. Aqueles que são contaminados transformam-se em drones, seres zombificados. As todo-poderosas autoridades de saúde detém poder de vida ou morte no combate aos surtos epidémicos.
Zoichi Kanoe, agente biomecânico ao serviço de uma corporação industrial, tem como missão proteger os raros humanos que resistem ao vírus. Ao fazê-lo, depara com uma perigosa conspiração das autoridades de saúde, que tentam destruir os centros urbanos com ataques nucleares num golpe de estado à escala global. Só a acção desesperada do agente pode salvar a humanidade.
Criada pelo mesmo autor de Blame, Biomega regressa ao tema de um futuro apocalíptico, mega-urbanizado sujeito a forças conspiratórias que estão para além do controle dos personagens. Graficamente, o estilo rude do desenhador deslumbra com paisagens urbanas pesadas, reminiscentes dos Carzieri d'Invenzioni de Piranesi. Os constragimentos do manga enquando media obrigam a inúmeras cenas de combate que embora dinâmicas, dentro da convenção, não são o elemento estilístio preponderante. As visões meio esboçadas de cidades futuras onde o estilo tecnológico de dissolvem em edifícios de reminiscências góticas andam longe das linhas claras e facilmente compreensíveis dos manga, mas é esta desfocagem expressiva que confere um toque de individualidade a esta série.