Passo um ano a treinar um aluno para ser o responsável de uma futura equipe de intervenção TIC na escola, composta por alunos. A ideia é facilitar o meu trabalho, criar uma actividade proveitosa e envolver os alunos na gestão - em particular porque é uma forma de combater o vandalismo. Há uma diferença entre os meus colegas não respeitam o material informático e os meus colegas não respeitam o material informático que eu ajudei a montar e a manter. Treinei um aluno que não era dos melhores nas qualidades técnicas (mas essas aprendem-se) mas se destacava pela responsabilidade e confiança. Resultado: como transitou de ciclo, ficou abrangido pelo colégio de St. André, com o qual dividimos as àreas de residência. Bolas. Regresso à estaca zero.
Manhã passada na feira escolar, aos pulos entre outras tarefas. Finalizada a feira, constato, surpreendido, que por hoje nada me restava fazer. Tinha a tarde livre... arranquei para a Ericeira a magicar qual a melhor forma de aproveitar o tempo livre. Uma sesta? Umas leituras? Um mergulho? O idílio foi interrompido por um telefonema da escola. Problema informático nos exames. Pronto. Auto-estrada a 150 (120 se a gnr ler isto). Resolver problema. Regressar. Sesta.
Nunca percebi muito bem em que planeta vivem os responsáveis do ministério da educação. Recebi um convite/convocatória para estar presente num congresso sobre TIC no ensino. A barra é porque pelo que ouvi de rumores, numa certa Direcção Regional de Educação a cerca de 300 km de Lisboa o convite assumia carácter obrigatório. O congresso pareceu-me interessante, com oradores de topo (entre os quais um dos meus professores na Católica, Dr. Vítor Teodoro, de métodos de ensino questionáveis mas com uma enorme sapiência e acutilância que era um gosto ouvir). O problema? O congresso está marcado para os dias 18 e 19 de Junho, e o convite/convocatória seguiu no dia 17. De junho. Com actividades marcadas para 18 e serviço de exames no dia 19, tudo coisas que não se desmarcam de um dia para o outro. Enfim, se a malta que habita os gabinetes do ministério da educação tivesse a noção da realidade no terreno não teríamos tantos problemas educativos como temos...