Carro na oficina obriga a alguns ajustes. Caso de hoje, em que aproveitei alguma flexibilidade no horário para deixar logo pela manhã o meu fiel 205 XAD na oficina para umas correcções que o obrigam a ficar aprovado na inspecção. E também uma mudança de óleo, porque já nem me recordo vagamente da última vez que o mudei, sinal claro que está na hora de o fazer. Deixei o carro numa oficina da Malveira pelas oito e meia e fiz algo que rareia: fui a pé para a escola. Podia ter apanhado um transporte, mas confesso uma certa fobia a autocarros. A manhã estava fresquinha e agradável, e a distância até à Venda do Pinheiro fez-se ao som de jazz, mas não o Walkin' de Miles Davis. Um início saudável de dia (isto se eu não contar os dois cigarros que fumei enquanto andava).
Um simpático passeio, que me fez reparar naqueles pormenores que nos escapam quando vistos da janela do carro. Primeiro, fiquei fascinado pela quantidade de pessoas que não vemos a andar a pé. O espaço urbano parece desertificado. Outro pormenor são as barreiras arquitectónicas saídas do improviso urbano ou da falta de planeamento que dificultam a vida de formas inesperadas. Exemplo acabado: um dos bairros urbanizados da Venda do Valador é atravessado por duas vias e uma rotunda, sem qualquer passadeira, o que dificulta um acto simples como o de atravessar o bairro. São as delícias da vida nos exúrbios.