A BBC reportou o falecimento do escritor inglês J. G. Ballard. Criador de pérolas do conto de ficção científica e voz literária da modernidade urbana, Ballard deu o salto da FC para o mainstream literário sem nunca perder a sua precisão linguística, visão surreal e instinto para as reais implicações da modernidade tecnológica no espírito humano. A distopia das utopias, a geometria da arquitectura e a fragmentação da vida intensificada pelos media eram alguns dos seus grandes temas. Para a história ficam obras como Highrise, The Atrocity Exhibition, Crash, Hello America ou Concrete Island.
A minha peça favorita de Ballard é o pequeno conto Chronopolis, às voltas com o totalitarismo do cronógrafo. Com a partida de Ballard um dos meus heróis desvaneceu-se na longa noite do tempo. Sic transit mundi.