quinta-feira, 16 de abril de 2009

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Uma curiosa novidade à volta do magalhães: chegou às escolas um questionário onde se pergunta que justificação foi dada para a não adesão ao projecto. Houve pais e encarregados de educação que optaram por não aderir ao programa e-escolinhas - por razões económicas, por discordarem do projecto, por terem já disponibilizado às crianças máquinas similares ou mais potentes, ou qualquer outra razão que é legítima devido ao carácter inerente ao conceito de encarregado de educação. Estão no seu direito, até porque a utilização pedagógica da máquina ainda vem longe. Por enquanto o programa magalhães é na prática uma dádiva de máquinas de jogo a baixo custo. Agora, as escolas estão a ter de justificar a decisão dos encarregados de educação de cada aluno que não aderiu ao computador magalhães. Os questionários são nominativos - para cada aluno identificado como não tendo magalhães tem de existir uma justificação.

Confesso que não percebo bem para que é que é isto. Excesso de zelo investigativo? Análise de potenciais dissidências políticas? Um vamos lá a saber quem é que não está conosco e porquê? Porque num estado de direito não é suposto que os cidadãos justifiquem as suas acções perante o estado, excepto se estas violarem as leis, e para isso serve o sistema judiciário. Será que a não adesão ao magalhães se tornará crime contra a criança? Estou a exagerar, é certo, mas a desconfiança face a medidas destas é grande. Longe dos olhares públicos os responsáveis da tutela saem-se com medidas suspeitosamente orwellianas.