Confesso que já desisti de planear as minhas sextas-feiras. A minha ideia ao chegar à escola era de terminar as gravações de um video com os alunos, publicar algumas páginas com recursos para o magalhães e eescolas em geral (uma ideia que ao lado dos prometidos workshops de audio, video e imagem digital são o meu grande par épico dos projectos prometidos e eternamente adiados), terminar uma acta que já me anda a empatar há uns dias e limpar os computadores do gigaestudo (trabalho faclitado com dois já a correr ubuntu. Se sobrasse tempo iria reformatar mais um pc para ubuntu, repor o SO num portátil, ligar ao técnico que nos presta apoio para um sos para ver se percebo porque é que um dos pcs cria um novo utilizador sempre que se liga com um utilizador já criado e começar a instalar impressoras virtuais. Sem esquecer a tutoria e a aula da tarde.
Na realidade, a única coisa que consegui fazer foi a gravação de video. Surgiu um magalhães para repor (processo que nominalmente dura vinte minutos mas na realidade demora o dobro) e outro com um problema grave de hardware. Aí, não toco, mas sinto pena de quem tiver problemas destes com o computador porta-estandarte deste governo. A questão do apoio técnico do magalhães é francamente nebulosa. O software foi despachado para as coordenações tic (que um decreto-lei recente extinguiu e um despecho desextinguiu). Quanto ao hardware... a questão da garantia não é clara, não parece haver um sistema de apoio técnico, e sabe-se de entidades que exigem pagamento por reparações a máquinas dentro das garantias. Note-se que o magalhães é um projecto de âmbito nacional mas ninguém parece saber onde levar a máquina caso ela avarie. A linha de apoio é notória pelos longos tempos de espera até ao atendimento.
(Mas estas questões nem se aproximam do "enorme" escândalo dos erros ortográficos no GCompris. Talvez porque dêem mais trabalho do que o desejado por deputados obscuros aspirantes a momentos de celebridade.)
A tarde foi passada às voltas com hardware. O touchscreen tft que serve o quiosque dos alunos pareceu fritar. O primeiro diagnóstico foi apoquentador. Ligar e desligar cabos, verificar corrente e nada. Nenhum sinal de vida. Só quando o estava a desmontar é que percebi onde é que estava a avaria: um pequeno deslize no apoio do ecrã pressionava constantemente o botão de ligar/desligar. Nada que não se resolvesse desmontando, limpando e voltando a montar. O problema foi o timing. A questão teve de se resolver precisamente na altura em que tinha de dar a aula do dia. Como resolver o dilema de estar em dois sítios ao mesmo tempo? Estando em dois sítios ao mesmo tempo. Dar um trabalho bem específico aos alunos, avisar os mais atrevidos que se se ouvir um zumzum espera-os um destino pior do que a morte e promover os mal-comportados a ajudantes para a reparação (pelo menos sempre aprendem alguma coisa). Não é muito ético, mas as coisas têm de funcionar.
Portanto, para quê cansar-me a fazer planos?