segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Voices of the Codebreakers



Michael Paterson (2008). Voices of the Codebreakers. Cincinatti: Davis & Charles.

Amazon | Voices of the Codebreakers

As guerras não são necessariamente ganhas nos campos de batalha. Sun Tzu, o lendário general chinês, sempre afirmou a guerra como um jogo de enganos, em que o objectivo final é vencer o inimigo com um mínimo de perdas. Mais importante que o poderio militar, o número de homens ou a alta tecnologia, a informação é a arma decisiva da guerra. Conhecer os movimentos e intenções do inimigo é saber onde melhor atacar e defender.

A procura de segredos e informações cai sob a alçada romântica dos serviços secretos. A cultura popular vive de exemplos de agentes míticos, capazes de proezas ocultas que fornecem a informação exacta nos momentos de maior perigo. Mas há um lado mais intrigante, interessante e decisivo no mundo dos segredos militares e estatais: a captura e decifrar de sinais, a intepretação e criação de códigos e o brilhantismo da criptografia. Trabalho de génios minuciosos, não é tão romântico como as aventuras rocambolescas dos agentes secretos, mas é fundamental para saber tudo sobre os inimigos, de tal forma que normalmente os departamentos que se ocupam de criptografia são mais vastos do que as secretas tradicionais (a americana NSA é o caso paradigmático).

Foi durante a II Guerra que a criptografia se assumiu como arma de guerra decisiva. Para a história ficaram os lendários feitos dos homens e mulheres que serviram nos serviços secretos britânicos em Bletchley Park, cujo contínuo esforço no jogo de gato e do rato do cifrar/decifrar poupou vidas, ajudou a encurtar a guerra e deu um contributo decisivo à computação com os trabalhos de Alan Turing e o primeiro computador digital do mundo, o Colossus.

Voices of the Codebreakers conta essa história a partir dos depoimentos dos muitos homens e mulheres que serviram, sob juramento de segredo, nos serviços de criptografia britânicos. São relatos fascinantes da experiência daqueles que embora longe dos campos de batalha, contribuiam com a sua mente e os seus conhecimentos para o esforço de guerra, travando batalhas de pura inteligência para decifrar os códigos inimigos.

Estes depoimentos não são a voz dos responsáveis, dos comandantes ou dos génios de topo. São a voz dos que estavam nas secretárias, e algumas vezes no terreno, a dar o contributo decisivo para a vitória aliada na fornalha que forjou a europa contemporânea.