segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Pedagogias

Um filho quer jogar um jogo de computador particularmente violento. Que pode um pai fazer? Fechar os olhos e fingir que não sabe que o miúdo joga jogos violentos, permitir com permissividade total ou proibir e arriscar-se a que a criança jogue na mesma, mas às escondidas? Neste caso, o pai de um adolescente de 13 anos que queria jogar Call of Duty optou por uma solução engenhosa: deixa jogar, sim senhor, mas com uma regra: o adolescente (e os amigos) têm de respeitar a Convenção de Genebra. Mais pormenores via Boing Boing.

O Call of Duty, sendo um simulador realista da II Guerra mundial, presta-se bem a este tipo de estratégia pedagógica. Outros jogos serão mais difíceis de abordar desta forma (e outros, como o famoso GTA, impossíveis). De qualquer forma fica aqui o registo de uma atitude que nem demoniza o jogo de computador nem opta pela permissividade cega.

Eu sou daqueles que defende que a ligação entre jogar jogos violentos e apresentar comportamentos violentos é ténue. Sim, há crianças que cometem actos de violência e jogam jogos violentos, mas há uma enorme maioria de crianças que jogam jogos violentos e não cometem actos de violência, o que me leva a pensar que problema talvez não seja extrínseco (do jogo) mas intrínseco (contexto familiar e social, problemas mentais). Mas não ignoro o facto de muitos destes jogos apelarem a valores que não desejamos que as crianças aprendam. Por isso, a atitude face aos jogos tem de ser pró-activa. Proibir não resolve, permitir cegamente é demitir-se do controle sobre os valores que as crianças aprendem.