domingo, 28 de setembro de 2008

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A minha Lisboa. Brinquei nestas ruas. Frequentei a escola primária nº 115, muito próxima destas escadinhas. 115, como no antigo número de emergência médica. Na altura, enquanto infernizava as minhas professoras, nem imaginava que mais tarde me iria também tornar professor. O recreio desta já extinta escola era um jardim que ficava no terceiro andar do prédio, graças ao desnível da rua das Pedras Negras. É a recordação mais intensa, junta com fiapos e vislumbres de salas de paredes brancas e chão de madeira não envernizada. Quando a escola terminava, ia brincar para as ameias do castelo de S. Jorge. Nesses tempos o Castelo estava aberto a todos, tinha um pequeno jardim com corças enclausuradas e deliciosos recantos para explorar. É esta a minha Lisboa, não a cidade dos turistas nem o pesadelo suburbano. Uma Lisboa que se desvanece, debaixo da pressão dos interesses imobiliários.