terça-feira, 19 de agosto de 2008

Orbiter




Warren Ellis, Colleen Doran, Dave Stewart (2003). Orbiter. Nova Yorque: DC Comics

Fantastic Fiction | Orbiter

É difícil manter vivo o sonho. A exploração espacial, que prometia descobrir novas fronteiras de exploração do universo pela humanidade, está reduzida a uma rotina pouco interessante. A aventura da conquista do espaço, o desafio da exploração lunar desvaneceram-se. Resta-nos a precisão científica das missões robóticas, que nos espantam com as suas descobertas, e a rotina da estação espacial internacional. A União Europeia resume-se as suas iniciativas espaciais a um projecto cerebral, pouco estimulante. O símbolo mais recente da conquista espacial, o vai-vém espacial, enfrenta a obsolescência. Prometem-se novos veículos, novas e ambiciosas missões à lua e a marte, mas o entusiasmo não está lá. Apenas as inescrutáveis intenções espaciais chinesas agitam um pouco as àguas paradas da exploração espacial, que apesar de tecnicamente excitante e cheia de promessa, já não cativa o grande público.

É contra este sentimento que Warren Ellis escreveu este Orbiter. É um voo de fantasia, num futuro próximo em que os voos espaciais tripulados foram banidos após o desaparecimento de um vai-vém, o último a levar astronautas para órbita, em que o centro espacial Kennedy está abandonado, servindo como bairro de lata. Tudo muda quando inesperadamente, após dez anos de mistério, o vai-vém desaparecido regressa com um único tripulante e muitos segredos intrigantes. O resultado é uma ode ao sonho da exploração do espaço e ao lugar do homem nas estrelas, uma nota de esperança no futuro da tecnologia.

Orbiter mistura os medos muito contemporâneos do desvanecer da exploração espacial com tecnologias alienígenas exóticas. É um voo de imaginação, mas um voo com uma nota de esperança de que a vontade de ir mais além nunca se desvaneça.