quarta-feira, 18 de junho de 2008

Reguladores

Não se percebe muito bem para que servem as entidades reguladoras. Teoricamente, são entidades isentas que regulam mercados, livres de influências governamentais ou empresariais. Na prática? A entidade reguladora da energia propõe com toda a seriedade que os consumidores que pagam paguem a factura das cobranças incobráveis da EDP... ou seja, que quem paga, pague o seu consumo e o de quem não paga. Uma forma muito inovadora de distribuir o mal pelas aldeias, embora seja pelas aldeias cumpridoras. Pormenores de moral. Ideia brilhante, tão brilhante como a proposta de, para baixar preços mantendo os lucros das operadoras, passar a cobrar pelas chamadas efectuadas e pelas chamadas recebidas. Um belíssimo incentivo para deixar de atender chamadas. Citam o exemplo americano como caso paradigmático, esquecendo-se que foi precisamente esta característica do modelo americano de pagamento do telemóvel que causou o atraso e o menor dinamismo do uso do telemóvel nos EUA, se comparado à Europa. Por outro lado teve o benefício de tornar comparativamente mais barato o uso da internet móvel, depressa aproveitado para, entre outras coisas, aplicações de telefonia móvel em voip (como o Fring) e cada vez maior ubiquidade de uso da internet móvel. Se falar fica mais caro do que ligar à web... no caso europeu, o dinamismo dos preços das chamadas e de serviços de sms está a ser um obstáculo real à adopção da web no telemóvel (o preço de acesso também não ajuda).

As entidades reguladoras aprovam e aplaudem estas iniciativas que beneficiam empresas em detrimento dos consumidores. Então, qual a real isenção destas entidades? Para que servem?