sexta-feira, 27 de junho de 2008

Finais



Começo a sentir o final deste ano lectivo. Os momentos finais aproximam-se, após a enorme sobrecarga dos momentos de avaliação. São momentos em que se sente o ritmo a abrandar, as responsabilidades a diminuir. Mas ainda não um ritmo de férias: ainda resta muito trabalho, de preparação de condições para o próximo ano lectivo. Que no meu caso é acrescido. Quando se percebe um pouco desta coisa dos computadores as solicitações são acrescidas. Por vezes, naqueles momentos de verdadeiro sufoco em que as responsabilidades de professor e director de turma são sobrecarregadas pela luta da manutenção de um sistema informático a precisar de um violento ajustamento e que melhor ou pior, a deslizar ou a mancar, tem de funcionar, gostaria de ser infoexcluído. Ou infoanalfabeto.

Quanto aos alunos, dever cumprido. Encerrei a minha direcção de turma, com grandes saudades das minhas alunas que irão transitar para o colégio que disputa conosco as crianças da Venda do Pinheiro. As avaliações não são perfeitas, mas espelham o trabalho dos alunos e o trabalho que foi realizado com os alunos ao longo de todo o ano, com alguma humanidade naqueles casos em que o esforço foi muito mas não chegou para ir até à meta. A fronteira entre humanismo e facilitismo é muitas vezes ténue. Espero ter conseguido um equilíbrio justo.

Notas? Se por acaso os meus alunos chegarem a ler isto (pelo menos um é capaz de o fazer, e se o fizer, um abraço!), tenho de os deixar esperar pela saída das pautas. Está para muito em breve. E tranquilizem-se: cada um sabe, intimamente, o trabalho e o esforço que desenvolveu ao longo de todo o ano. Os professores não dão as notas cegamente. E avaliar é um dos processos mais angustiantes da docência, muitas vezes disfarçado pela frieza dos números que garantem, pelo menos, imparcialidade, embora não necessáriamente justiça.