É uma pena que esta cinzenta primavera esteja tão fria, tão chuvosa. Má para as colheitas, má para o turismo, má para a moral de quem espera solarengos dias de primavera.
Mas no silêncio da noite, sob o céu avermelhado de nuvens, ouvindo o reconfortante retinir da chuva que vai caindo ora em borrifos ora em torrentes, penso: que bom este silêncio, esta água que cai, estes dias cinzentos, sem urgência, com sabor a nostalgia. Paro. Olho a chuva que cai. Sinto o frio que arrepia. Aqui estou.
Enquanto chove, adormeço.
(Para recordar as primeiras semanas desta primavera enganadora)