Ver as imagens sobre o bloqueio dos camionistas levanta sérias questões sobre a legitimidade dos estados, poder afirmado versus poder real, e uma muito ténue diferença entre associações ad-hoc que surgem pontualmente e matilhas sem lei que assumem controlo das estradas enquanto as forças da lei se mantém à parte, meramente observadoras.
Percebendo-se as razões do protesto (que é fundamentalmente inútil, uma vez que as forças que provocam o corrente estado das coisas não estão sob controlo de qualquer vontade política), torna-se difícil aceitar a sua legitimidade perante as cenas de pura intimidação, de uma violência mal-disfarçada, intrisecamente revoltantes e agravadas pela inacção das autoridades. Ou aderes à paralisação ou... não é, nunca será um argumento legítimo.
Por outro lado, também pode ser defeito da cobertura jornalística. Também sabemos que o jornalismo televisivo português não é dos mais isentos.
Já agora, quem é que paga o prejuízo das empresas paralisadas, dos bens alimentares estragados, das faltas aos empregos?