Nestas coisas do 25 de Abril há sempre quem olhe para nós com aquele olhar de conhecedor, e reflicta, em voz grave, que é amante das comemorações do 24 de Abril. Eram velhos mas bons tempos, dizem, em que não se assistia à rebaldaria de hoje em dia. Eram outros tempos. Por outro lado, há os fanáticos do 25, que frisam sempre o grande marco na luta revolucionária pela liberdade que se viveu neste dia tão especial. O viva é palavra que nunca anda longe do seu vocabulário.
Viva?
Mas eu vivo. Não interessam os regressos ao passado autoritário, ao passado de miséria e obscurantismo. E os revivalismos revolucionários também pouco longe nos levam. Recordemos esse dia tão especial que se viveu há mais de trinta anos. Foi, e será, um ponto de viragem na história e nos destinos do noss país. Olhemos para trás, mas não passemos a vida a olhar para o retrovisor. Particularmente nestes tempos difíceis, olhemos em frente: comemoremos o 26 de abril. Recordemos o passado para dele lhe retirarmos as lições para pôr mãos à obra e construir o nosso futuro.