Público | Agressão a professora na sala de aula filmada e reproduzida na Net
Estas notícias caem mal, mas não são novidade. Videos filmados à socapa em plena sala de aula abundam no you tube ou repositórios similares. E são apenas aqueles que foram colocados online... muitos outros circulam, como samidzats, saltando entre os telemóveis dos alunos. É inquietante. É um dos sintomas da sociedade transparente, do panopticon digital mediado por câmaras de video, em que estamos a mergulhar.
Notícias como esta também complicam a defesa do uso do telemóvel em contexto educativo. Estes casos-choque dão uma importância desmedida a situações anómalas que apesar de revoltantes, não são a normalidade. São combustível para argumentação irada na defesa da proibição liminar, facilitando o extremismo das posições.
O cerne da questão neste caso não é o telemóvel. A aluna faria o que fez com qualquer outra coisa. O telemóvel apenas propiciou o registo e divulgação do acontecido, o que levanta enormes questões éticas numa época em que a privacidade, em que os espaços que estão tradicionalmente mais protegidos agora se encontram por detrás de paredes de vidro mediadas pela lente da câmara que cabe nos bolsos.