segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Leituras

Article City | Science Fiction Writing - Ten Clichès to Avoid De uma forma muito liminar, os dez mais óbvios enredos de FC, interminávelmente utilizados no género.

Popular Mechanics | Under the hood with Knight Rider 2.0 Lembram-se do KITT, esse herói da nossa infância, o carro inteligente que era o principal protagonista da série lendária onde também pontuava o refinado canastrão que é David Hasselhoff? De certeza que grande parte das crianças desta geração dos anos oitenta ainda têm um certo fetiche por Pontiacs TransAm totalmente pretos com luzinhas vermelhas a piscar no capot e voz simpática. Pelos vistos, numa onda revivalista, a série vai voltar aos ecrãs, mas agora actualizada. O novo KITT agora baseia-se num Ford Mustang Shelby e, embora tenha um visual atractivo, não tem aquele ar especial que tinha o TransAm... por outro lado, um Mustang é sempre um Mustang.

Archinect | Delirious Moscow A revolução de Outubro foi um dos mais maravilhosos momentos da história da humanidade. Durante algum tempo, antes das forças da tirania se apropriarem da revolução - algo que começou a acontecer logo nos primeiros dias revolucionários - tudo estava em aberto. Esse espírito notou-se particularmente no campo das artes. No ambiente revolucionário, os artistas revolucionaram a arte. O ismo que surgiu nessa época é ainda hoje um dos movimentos mais vanguardistas da arte, ainda e sempre eternamente moderno: o construtivismo. Os construtivistas adaptaram a modernidade e a utopia a uma visão de construção do futuro. É nas artes visuais, com Lissitzky e Malevich, que mais recordamos esse influente movimento, mas no cinema temos como legado esse filme maravilhoso e quase impossível de conceber que é O Homem da Câmara de Filmar de Dziga Vertov, ainda hoje uma experiência visual radical. Mas foi na arquitectura que os sonhos futuristas do construtivismo melhor se realizaram. A arquitectura construtivista é radical nas suas propostas de pensar o futuro no presente (e isto nos anos 20 do século XX). Grande parte das suas visões não passaram do projecto, utopias consignadas ao papel, mas são visões de espanto, que nos fazem sonhar com um grande E SE...?

É de observar que de todos os ismos do século XX três foram particularmente decisivos para a construção mental da forma como hoje percebemos a realidade e conceptualizamos o mundo. Para além do futurismo sem limites do construtivismo, apontaria o Dadaísmo, cujas remisturas baseadas no absurdo (técnica da collage) tornaram possível, graças à potência do computador, a remix culture onde agora vivemos (ou, se preferirem, a cut and paste culture), onde as ideias, em vez de alinhavadas, são justapostas; e apontaria também o cubismo. A sua visão multplanar da realidade, tentando conjugar vários pontos de vista sobre a tela, foi à época uma visão totalmente revolucionária, que deitou abaixo o ponto de vista fixo da perspectiva rígida de raíz renascentista, ou, mais au point, fez explodir os pontos de vista na superfície da tela, e que na prática veio antever a nossa ideia contemporânea de sociedade e identidade, fragmentada em inúmeros pontos de vista, em que o todo que nos caracteriza já não é único e monolítico, mas sim fragmentado, embora não desconexo, criando uma unidade na sua globalidade.

My Mini City Uma coisa muito estranha: uma mistura de SimCity com site social; uma cidade que cresce apenas com as visitas dos utilizadores. Um brinquedo online muito curioso (e já agora cliquem, que preciso de habitantes na minha cidade...)