domingo, 9 de dezembro de 2007

The Information Bomb



Paul Virilio, The Information Bomb. Londres: Verso, 2005

Wikipedia | Paul Virilio
Verso | The Information Bomb
Google Books | The Information Bomb

Paul Virilio é um reconhecido intelectual francês que atingiu notoriedade graças aos seus estudos sobre a guerra, a acelaração e a tecnologia, patente em obras como Bunker Architecture.

The Information Bomb reúne um conjunto de ensaios onde Virilio disseca criticamente o conceito de Sociedade de Informação. De forma desapiedada, Virilio factoriza os desenvolvimentos tecnológicos e sociais, tentando encontrar a sua razão de ser, e no processo avisando-nos que nem todas as consequências da tecnologia são benéficas.

Quando surge o novo, o antigo perde-se, ideia que Virilio sublinha sem que no entanto defenda retrocessos. Os impactos da tecnologia sobre a nossa sociedade, sobre as nossas instituições, modos de vida, formas de organização, visões sociais, formas de trabalho, de educação e formação, até mesmo o conceito de ser humano, ainda estão por medir, mas já se fazem sentir. Virilio avisa-nos, numa das muitas frases seminais do livro, que "after the first bomb, the atom bomb, which was capable of using the energy of radioactivity to smash matter, the spectre of a second bomb is looming at the end of this millennium. This is the informatìon bomb, capable of using the interactivity of information to wreck the peace between nations."

A sociedade da informação é uma verdadeira bomba em explosão contínua, transformando o planeta num contínuo fluxo de revoluções. A humanidade luta por se adaptar às transformações, isto quando não está totalmente excluída deste admirável mundo novo. Factor inaudito na história humana é a velocidade: até agora, as revoluções tiveram o seu tempo, desenvolveram-se à escala da história. Agora, as revoluções sucedem-se num fluxo contínuo, o tempo acelarou. Conseguiremos aguentar a velocidade? Numa era de transformações contínuas, o que acontecerá ao ser humano, ser no sentido do que nos define como humanos?

Virilio é um cyber-céptico, embora não seja luddita. Ao contrário dos gurus da nova sociedade, com Toffler ou Kerckhove, que defendem a imersão total no mundo digital, Virilio obriga-nos a parar para pensar. Não está em causa a inevitabilidade das revoluções; simplesmente, Virilio prefere que marchemos com a consciência do impacto destas.