sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Paixão

Nestas cousas de professores e ensino já muito tem sido dito. Desta vez, gostaria de citar palavras do meu colega e (se me for permitida a hubris amigo José Fanha num texto que deixou no seu blog sobre favas ou, mais específicamento, sobre o gosto e o esforço.

Acender a paixão pelo saber nos seus alunos implica que o professor viva ele próprio apaixonado pela leitura, pelas artes plásticas, pela ciência, pelo teatro, pelo cinema, pela música, pelo melhor que a vida tem para nos oferecer.

Disseram-me uma vez que ao nos tornarmos professores somos tão bons professores como os nossos bons professores. Alguma coisa de interessante havia de ter ouvido durante as intermináveis aulas de pedagogia e psicologia. Mesmo que tal não pensemos conscientemente, é a imagem desses professores que nos marcaram que nos fornece a referência para os profissionais que somos. Se tivemos o azar de ter tido maus professores nos nossos anos de formação...

Ser professor é uma apenas uma profissão. Ideias cor-de-rosa como o de sacerdócio docente ou a dedicação cega têm de ficar do lado de fora. São mais danosas do que eficazes. O professor tem que ser profissional, culto, isento, fugindo a maternalismos, criativo e autónomo. E pode fazê-lo com toda a paixão do mundo, assegurando que a beleza e o valor da cultura humana são transmitidas às gerações seguintes.

Mais do que os conhecimentos que transmitimos, o exemplo que damos é o que fica registado no espírito dos alunos.